Cerca de 630 mil pessoas, uma quantia recorde, foram às ruas das principais cidades de Israel para protestar contra a polêmica reforma judicial, no 12º sábado consecutivo de manifestações, mesmo dia em que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, pediu publicamente a paralisação de seu trâmite legislativo, tornando-se o primeiro membro do governo a fazê-lo.
A manifestação central em Tel Aviv reuniu cerca de 300 mil pessoas, enquanto 65 mil pessoas se manifestaram em Haifa, 22 mil em Jerusalém e 20 mil em Beersheva.
Além disso, houve protestos em mais de 120 pontos diferentes do país, segundo dados do Movimento Guarda-Chuva de Resistência contra a Ditadura em Israel, que reúne diversos grupos cívicos.
A polícia deteve pelo menos três pessoas em Tel Aviv depois que dezenas de manifestantes bloquearam a rodovia Ayalon, uma das principais artérias da cidade, e disparou canhões de água para dispersar a concentração.
Após 12 sábados consecutivos de grandes manifestações desde o anúncio da polêmica reforma judicial, que os críticos apontam que busca aumentar o controle do governo sobre o Judiciário e reduzir sua independência, o movimento de protesto ganha cada vez mais força, enquanto essa legislação avança no Knesset (Parlamento israelense).
“Digo em voz alta e publicamente, pelo bem do Estado de Israel e de nossos filhos, devemos interromper esse processo legislativo”, disse em um discurso televisionado o ministro Gallant, titular de uma das principais pastas de Israel e veterano do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Trata-se da primeira vez que um membro do governo se manifesta abertamente a favor da paralisação temporária da tramitação no Parlamento das leis que compõem a reforma judicial, para atenuar a fratura social e promover o diálogo.
A ampla resposta social à reforma, que vem de importantes setores como o bancário, o empresarial, o jurídico, o acadêmico e até o militar, provocou os maiores protestos da história de Israel.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião