Cerca de 300 pessoas, segundo a Guarda Municipal participaram na manhã deste domingo (22) de um protesto, na orla de Ipanema, na Zona Sul do Rio, contra a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Já os organizadores do evento calcularam em cerca de 1.500 o número de participantes.
Com roupas brancas e carregando bandeiras do Brasil, faixas e cartazes, e ao som de músicas de umbanda e candomblé, os manifestantes pediam ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que não faça acordos com o governo do Irã.
"Não somos contra a sociedade do Irã. Mas sim contra o presidente que nega o holocausto e promove a discriminação religiosa. O Brasil é o país da diversidade e estamos aqui reunidos para lutar pela paz", disse Michel Gherman, representante da comunidade judaica e um dos organizadores do movimento.
Sobrevivente do holocausto, Aleksander Laks, de 82 anos, disse que as declarações do presidente Ahmadinejad são uma ofensa aos mortos em campos de concentração e aos 50 mil que sobreviveram.
"O presidene do Irã deve ter família. Eu não. Perdi toda a minha família, cerca de 60 pessoas, no Holocausto. Como ele pode dizer que o Holocausto não existiu?" protestou Laks.
O grupo caminhou na orla no trecho entre as ruas Maria Quitéria e Farme de Amoedo. Ao meio-dia, se reuniram diante de uma gaiola com balões brancos, onde estava escrita a palavra "paz", fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da intolerância, cantaram o Hino Nacional e soltaram os balões.
"Cada balão representa uma vítima da intolerância do governo do Irã com a sociedade e contra os direitos humanos. Temos esperança de o presidente Lula não receba dinheiro ou investimentos de um governo que não respeita os homossexuais, crianças, mulheres e outros religiosos", disse Gherman.
No sábado (21), quem foi à praia viu no céu um outro protesto, também contra a visita do presidente do Irã. O avião fez um sobrevoo na orla exibindo uma faixa que pedia que Ahmadinejad respeite os direitos humanos e não venha ao país.
O presidente do Irã chega ao Brasil na segunda-feira (23) para se encontrar com o presidente Lula. Os dois presidentes devem assinar acordos de cooperação em pelo menos oito áreas.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia