A polícia boliviana usou gás lacrimogêneo e disparou tiros com balas de borracha para dispersar manifestantes que realizavam protesto contra uma nova lei que proíbe a importação de carros usados. Pelo menos uma pessoa morreu nos conflitos de segunda-feira.
O governo do presidente Evo Morales emitiu um decreto este mês proibindo importadores de levarem ao país carros produzidos antes de 2004, alegando risco ambiental e de segurança.
Alguns bolivianos que trabalham na indústria de importação de carros bloquearam uma estrada durante o protesto.
Um manifestante foi morto ao ser atingido por uma bala de borracha no pescoço, de acordo com a página na Internet do jornal La Razón.
O vice-ministro do Interior, Marcos Farfán, confirmou a morte e disse que três policiais ficaram feridos enquanto tentavam dispersar os manifestantes que fechavam a rodovia La Paz-Oruro.
O líder dos manifestantes, Jaime Rueda, falando à rádio Erbol, afirmou que novos protestos podem acontecer porque milhares de empregos correm risco.
A maior parte dos veículos na Bolívia é formada por carros antigos importados da Ásia através de portos no Chile.
O governo estima que a maioria dos 10 mil carros importados a cada mês pela Bolívia seja de veículos com pelo menos 10 anos de uso.
"Queremos que os veículos vindo para a Bolívia sejam seguros e não poluidores", disse o vice-ministro de Finanças do país, Roberto Ugarte, à uma rede de TV estatal.
Apesar de recentes pesquisas indicaram alta popularidade para o presidente Evo Morales, alguns sindicatos trabalhistas frequentemente fecham estradas em protestos contra políticas do governo que eles consideram ameaças a seu sustento.