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Revolta americana

Protesto nos EUA completa um mês e se espalha

Acampado escova os dentes em barraca no centro de Londres. Manifestantes prometem permanecer no local enquanto não forem ouvidos | Carl Court/AFP
Acampado escova os dentes em barraca no centro de Londres. Manifestantes prometem permanecer no local enquanto não forem ouvidos (Foto: Carl Court/AFP)

Exatamente um mês depois de algumas centenas de ativistas anticapitalismo terem montado um acampamento em Nova York, o "Ocupe Wall Street" se internacionalizou e ganhou atenção da Casa Branca, apesar de ninguém saber quais serão os próximos passos do movimento.

Os manifestantes dos acampamentos da Praça Zuccotti, perto de Wall Street, principal centro financeiro do mundo, não apenas conseguiram suprir as necessidades básicas de uma comunidade a céu aberto – criando, por exemplo, uma estação para carregar celulares e uma livraria – como receberam US$ 275 mil dólares em doações, de acordo com Dar­­rell Prince, porta-voz do protesto.

O próximo grande evento de­­verá ocorrer no sábado, que será o "Dia Nacional de Protesto contra a Brutalidade Policial", de acordo com o site occupywallst.org.

Superando expectativas, o movimento já teve um grande impacto, espalhando manifestações semelhantes por todo os Estados Unidos, Europa e vários países de outros continentes, com a mesma mensagem contra as desigualdades sociais entre o 1% do topo da pirâmide e os 99% restantes.

Apesar de os números ainda serem relativamente pequenos – a maior manifestação reuniu cerca de 20 mil pessoas –, os políticos passaram a prestar atenção no movimento, enquanto se aproximam as eleições de 2012.

O presidente Barack Obama orientou os democratas a apoiar o movimento. Seu porta-voz disse no domingo que Obama citará a necessidade de garantir que "o interesse de 99% dos norte-americanos estará sendo bem representado", em um discurso de campanha durante uma viagem a Ca­­rolina do Norte e Virgínia nesta semana. A citação é claramente uma referência ao slogan dos protestos, que é "nós somos os 99%".

Por outro lado, os candidatos republicanos à Presidência têm sido severos em seus ataques ao grupo, mas admitem que o movimento se tornou muito grande para ser ignorado.

Luther King

O último impulso dado ao "Ocupe Wall Street" ocorreu no sábado, quando Martin Luther King III, filho do ícone da luta dos direitos civis Martin Luther King Jr., afirmou na inauguração de um memorial em Washington que se seu pai estivesse vivo, ele se uniria ao protesto.

"Nós ajudamos a indústria automobilística, e nós precisávamos fazer isso. Nós ajudamos Wall Street. Agora é hora de ajudar os trabalhadores dos EUA. Acredito que se meu pai estivesse vivo, ele estaria aqui, com todos aqueles que estão envolvidos com esse protesto hoje", disse.

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