A capital dos Estados Unidos, Washington, foi palco de um protesto neste sábado (26) contra as suspeitas de práticas de espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos). A manifestação foi organizada pela organização Stop Watching Us (pare de nos vigiar, em inglês), formada por cerca de cem grupos que pedem ao Congresso que sejam encerradas supostas práticas de vigilância em massa da NSA.
Os manifestantes usaram cartazes com dizeres como "pare a vigilância em massa" e "obrigado, Edward Snowden", em referência ao ex-técnico da agência que revelou as práticas de monitoramento. Eles marcharam rumo ao Capitólio, edifício que abriga o Congresso americano.
De acordo com fontes diplomáticas, Brasil e Alemanha estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que vai exigir o fim da espionagem excessiva e da invasão de privacidade.
A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, condenaram a espionagem feita pela NSA. Acusações de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros telefônicos franceses e monitorou o celular de Merkel têm causado indignação na Europa.
A Alemanha disse na sexta-feira que vai enviar seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para buscar explicações da Casa Branca. Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo.
No mês passado, Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos e o direito internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.
Dilma também manifestou o seu desagrado ao adiar uma visita de Estado aos Estados Unidos, agendada para este mês, após relatos de que a NSA tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
