Santiago Um protesto contra a política econômica e social do governo chileno terminou em violência ontem, no centro de Santiago. O Ministério do Interior confirmou a detenção de 87 pessoas, mas líderes sindicais disseram que pelo 350 manifestantes foram presos.
O protesto foi convocado pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), maior entidade sindical do país. A organização acusa a presidente do Chile, Michelle Bachelet, de não cumprir a promessa de melhorar a desigualdade social no Chile.
Para conter os manifestantes, os policiais utilizaram gás lacrimogêneo, jatos de água e cassetetes contra os manifestantes.
Os conflitos se concentraram principalmente na alameda Bernardo OHiggins, principal avenida de Santiago, nas proximidades do palácio presidencial de La Moneda, onde a polícia usou um carro com jatos dágua e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
A confusão levou lojistas e comerciantes a fecharem as portas. Várias universidades também cancelaram as aulas e o sistema de transporte público reduziu a frota em circulação.
Manifestantes levantaram barricadas e motoristas de taxi bloquearam as ruas em vários pontos de Santiago.
Incidentes também foram registrados em cidades como Valparaíso (120 km a oeste de Santiago), Rancagua (80 km ao sul) e Concepção (500 km ao sul).
Imagens de redes de televisão mostraram o senador Alejandro Navarro, do Partido Socialista o mesmo de Bachelet , sangrando após receber golpes de um policial. O Ministério do Interior informou que o incidente será investigado. Navarro foi atendido em um hospital local.
O governo de Bachelet foi avaliado como ruim pelo líder sindical Arturo Martinez, que também é membro do Partido Socialista. Bachelet tem uma administração de centro-esquerda e mantém acordos de livre comércio com os Estados Unidos e outros países.
Os organizadores dos protestos pedem pensões mais altas e melhoras na educação, saúde e nos serviços de moradia.
Os policiais tentaram impedir os manifestantes de caminhar em direção ao centro de Santiago, mas os grupos bloquearam a circulação de veículos em cruzamentos importantes da cidade.
A presidente demonstrou desagrado com o fato de membros de seu próprio partido apoiarem a manifestação. "Eu não vou aceitar que minha dedicação com a justiça social não seja reconhecida", afirmou Bachelet na última segunda-feira.
No último ano, o Chile foi sacudido por greves de estudantes secundaristas e universitários, de profissionais da saúde, mineiros e funcionários públicos. Também houve protestos contra um novo sistema de transporte público na capital. Pesquisas indicam que o apoio a Bachelet cai no país.
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