Indígenas peruanos que reivindicam a suspensão de toda a mineração na região de Puno, no sul do país, retomaram seus protestos na quarta-feira, lembrando que conflitos sociais em torno da exploração de recursos naturais serão um problema para o presidente eleito Ollanta Humala.
Os manifestantes, em sua maioria indígenas aimarás que afirmam estar preocupados com a poluição, tinham suspendido seu bloqueio nos dias que antecederam a eleição peruana, no domingo, para permitir que os eleitores chegassem às estações de voto.
Mas na quarta-feira eles começaram a retomar o controle de rodovias, bloqueando-as com pedras grandes para chamar a atenção a suas reivindicações. O Peru é importante exportador global de cobre, zinco, ouro, prata e estanho, possuindo enormes depósitos não explorados nos Andes.
Humala, que é muito popular nas províncias pobres, já disse que vai trabalhar para pôr fim aos conflitos sociais em torno de projetos de exploração de recursos naturais, que vêm criando problemas para empresas.
Mais de 200 cidades da zona rural peruana se organizaram para barrar a construção de novas minas, poços petrolíferos e hidrelétricas que, segundo os moradores, provocarão poluição ou não lhes trarão benefícios econômicos diretos.
Humala prometeu garantir que os programas sociais cheguem às cidades pobres e isoladas, para tentar espalhar a riqueza do boom de recursos naturais do Peru para o um terço do país que está atolado na pobreza.
"Vamos fundamentalmente focar sobre programas sociais", disse Humala à Reuters na terça-feira.
A primeira rodada dos protestos em Puno provocou a queda das ações de mineradoras canadenses como a Bear Creek e Rio Alto, embora as ações tenham se mantido estáveis na quarta-feira.
A maioria das empresas em Puno está apenas fazendo explorações em busca de minerais nas concessões que já possuem, não tendo iniciado a produção. O governo vem procurando acalmar os protestos, prometendo converter uma grande extensão de terras em Puno em reserva natural.
Rufino Machaca, um dos líderes dos protestos, disse que todas as concessões dadas pelo governo do presidente Alan Garcia - que preparou projetos de mineração no valor de 40 bilhões de dólares para os próximos dez anos - precisam ser revogadas.
Os manifestantes também exigiram que seja cancelado o projeto da hidrelétrica de Inambari, que será construída por empresas brasileiras.
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