Tensão
Governo do Irã alerta sobre manifestação
Teerã - O Irã advertiu ontem os partidários da oposição que pretendem fazer uma manifestação hoje para pedir a libertação de dois de seus líderes, que estavam submetidos a uma espécie de prisão domiciliar.
"Quem violar a lei deverá responder por seus atos", declarou o procurador-geral iraniano, Gholam Hossein Mohseni Ejeie, de acordo com a televisão estatal.
Segundo um site reformista, autoridades iranianas levaram Mir Houssein Mousavi e Mehdi Karroubi para uma prisão em Teerã. Mousavi, sua esposa, Zahra Rahnavard; e Karroubi e sua esposa, Fatemeh Karroubi, foram transferidos ao Heshmatieh, prisão na capital iraniana.
Motivação
Mousavi e Karroubi convocaram uma manifestação que levou milhares de pessoas às ruas contra o governo, no primeiro protesto deste tipo em um ano no país. Duas pessoas foram mortas durante a demonstração.
Folhapress
Dezenas de milhares de manifestantes, pedindo pelo fim do regime do ditador Ali Abdullah Saleh no Iêmen, que já dura 32 anos, participaram ontem de protestos na capital do país, Sanaa. No sul do país, confrontos terminaram com a morte de ao menos três soldados e um policial. A violência foi registrada no mesmo dia em que o mandatário afirmou estar disposto a formar um governo de união nacional, segundo a mídia local, mas a proposta foi recusada pela oposição.
Testemunhas disseram que cerca de 5 mil pessoas, que haviam acampado durante a noite em ruas próximas à Universidade de Sanna, gritavam "nós temos uma demanda: a queda do opressor".
Protestos anti-Saleh, um aliado dos Estados Unidos na luta contra o braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen, se espalham pelo país pobre da península árabe há mais de um mês. "Saia e leve sua corrupção com você", gritavam os manifestantes em Sanaa.
Omã
A onda de protestos chegou ontem a Omã, monarquia do Oriente Médio vizinha da Arábia Saudita e governada pelo sultão Qaboos bin Said desde 1970.
Na cidade litorânea de Sohar, a 200 km da capital, Mascate, manifestantes incendiaram um supermercado. Mais tarde, cerca de 500 deles bloquearam o acesso de caminhões ao porto de Sohar, segundo maior de Omã. Na maioria jovens, os manifestantes reivindicaram salários maiores, mais empregos e a saída de ministros.
Tunísia
Outro ministro do governo da Tunísia se demitiu ontem, um dia após o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi, há onze anos no governo e ligado ao ex-líder Zine El Abidine Ben Ali, ter se curvado após uma nova onda de protestos violentos. A renúncia foi de Afif Chelbi, ministro da Indústria e Tecnologia. Fora do Parlamento, jovens se juntaram a patrulhas da polícia para ajudar a manter a paz em Túnis, capital da Tunísia, que se encontra tensa após uma semana de protestos e confrontos com a polícia que deixaram pelo menos cinco pessoas mortas, segundo líderes da oposição.
Bahrein
O príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bin Hamad Al Khalifa, afirmou ontem que a calma voltou ao reino e que, assim, estão dadas as condições para que sejam iniciadas negociações com a oposição. No entanto, após seu discurso, centenas de pessoas bloquearam o acesso à câmara alta do Parlamento. "As iniciativas tomadas nos últimos dias acalmaram a situação e contribuíram para que a tranquilidade voltasse ao Bahrein para se preparar o diálogo [com a oposição]", afirmou o príncipe, em declarações divulgadas pela agência de notícias oficial bareinita BNA.
Deixe sua opinião