Gaza (AFP) A onda de protestos no mundo árabe contra a onda de publicações de caricaturas de Maomé, iniciada em setembro, na Dinamarca, se acentuou ontem com ameaças feitas contra franceses, noruegueses e dinamarqueses e o fechamento por tempo indeterminado da sede da União Européia na Faixa de Gaza. As charges mostram o profeta usando um turbante, como um extremista islâmico, e também portando bombas. Homens armados dos grupos Fatah e Jihad Islâmica cercaram a sede da União Européia e ordenaram o fechamento do prédio. "Daremos aos governos dinamarquês, francês e norueguês 48 horas para pedirem desculpas", dizia o folheto distribuído diante do prédio fechado.
Os grupos também pediram "que os franceses saíssem de Gaza" e ameaçaram "bombardear a sede da UE, outros escritórios europeus e as igrejas". Manifestações contra as charges também foram realizadas diante das embaixadas da Dinamarca em Trípoli, na Líbia, e em Damasco, na Síria. No Egito, a revolta ganhou apoio do comércio. A rede francesa Carrefour deixou vago o espaço das gôndolas destinado aos laticínios dinamarqueses. Um cartaz explica a razão do boicote.
Aludindo à liberdade de expressão, o governo dinamarquês resolveu não interferir no caso diante dos primeiros protestos contra o jornal Jyllands-Posten. Recentemente outros jornais europeus reproduziram as charges para demonstrar solidariedade aos colegas dinamarqueses, que sofreram ameaças.
Na contramão do restante do mundo islâmico, a revista jordaniana Shihane planeja reproduzir três das caricaturas sob o título "Muçulmanos do mundo, sejam razoáveis". O redator-chefe, Jihad Momani, assinará um editorial no qual indaga: "O que traz mais prejuízo ao Islã: as caricaturas ou imagens de um seqüestrador degolando vítimas diante das câmeras?"
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