Os somalis protestaram em Mogadíscio neste sábado contra tropas etíopes que apóiam o governo interino atirando pedras, queimando pneus e revivendo o caos que tinha sido interrompido durante seis meses durante um rígido governo islâmico.
Na última manifestação de descontentamento com as forças que expulsaram os islamitas, alguns manifestantes brandiram paus e provocaram incêndios que mergulharam as ruas em fumaça, segundo testemunhas.
Um morador disse que os manifestantes também estavam irritados com uma medida de desarmamento criada pelo governo interino, que quer se instalar em uma das cidades mais perigosas do mundo.
Depois que os islamitas fugiram de Mogadíscio na semana passada, milicianos leais a senhores da guerra reapareceram em postos de controle na cidade onde eles costumavam roubar e aterrorizar os civis. A volta deles mostra com que facilidade a capital da Somália pode tornar a mergulhar na anarquia e na violência de clãs conhecidas desde 1991 após a derrubada de um ditador.
Soldados etíopes dispararam para o ar para dispersar a multidão, enquanto somalis marchavam por Mogadíscio no sábado. Soldados do governo armados com AK-47 patrulhavam as ruas.
``Somos contra a ocupação dos soldados etíopes. Nós não os queremos aqui, eles devem partir'', disse à Reuters o manifestante Ahmed Mohamed, de 20 anos.
Uma fonte hospitalar disse que ao menos cinco civis ficaram feridos.
Em um incidente separado no sábado, acrescentou a fonte hospitalar, cinco soldados do governo ficaram feridos em uma explosão no porto de Mogadíscio.
Um jornalista da Reuters foi detido brevemente por soldados etíopes que apagaram as fotos que ele havia tirado dos manifestantes.
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