Centenas de milhares de trabalhadores da área de transportes, professores e outros funcionários realizam nesta terça-feira uma greve nacional de um dia para forçar o governo da França a abandonar a nova lei trabalhista para jovens. Houve protestos nas ruas em várias cidades do país.

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O governo diz que foi um milhão; os organizadores, três milhões, dos quais 700 mil em Paris. Estes enfrentaram a polícia, que ordenara a evacuação da Place de La Republique. Houve confrontos, e foram lançadas bombas de gás e jatos d'água contra os manifestantes, que em grande parte debocharam da repressão.

Mas a polícia levou a sério o trabalho. Ao todo, a contagem de detidos está em 380. Os policiais chegaram a usar balas de tinta para marcar quem causava problemas, e em resposta levou pedradas e garrafadas em Paris, Lille e outras cidades.

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Houve também violência material. Em Roeun, estabelecimentos comerciais foram atacados e carros, queimados.

Jovens encapuzados dos subúrbios pobres bateram em estudantes.

A Torre Eiffel foi fechada para visitantes até a tarde, passageiros enfrentaram atrasos nos trens e o metrô e os aeroportos de Paris foram atingidos por greves em protesto contra o Contrato do Primeiro Emprego(CPE), do primeiro-ministro Dominique de Villepin.

Villepin, de 52 anos, permanece firme sobre seu plano, mas a greve aumentou a pressão para ele criar uma emenda ou derrubar a medida. Pedidos para o premier renunciar também estão crescendo.

- Estamos pedindo a completa retirada do CPE. Você não pode tratar as pessoas como escravos. Dar todo o poder aos patrões está indo longe demais - disse o estudante parisiense Gregoire de Oliviera, de 21 anos.

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Apesar de não ceder às pressões, Dominique de Villepin renovou a oferta de "mão estendida" aos sindicatos, pedindo a retomada do diálogo na quarta-feira.

O premier espera que a lei reduza o desemprego entre jovens, que está em quase 23%, mas os líderes estudantis e os sindicatos dizem que será criada uma geração de trabalhadores descartáveis. O CPE facilita a demissão de empregados com menos de 26 anos durante um período de experiência de dois anos.

Dezenas de milhares protestaram em Paris e os organizadores disseram que 250 mil pessoas foram às ruas em Marselha, onde faixas diziam "Não vamos desistir".

Em Grenoble, mais de 60 mil protestaram, segundo os sindicatos.

Houve relatos isolados de confrontos, mas não na mesma escala de violência que marcou as manifestações da semana passada.

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