Pelo menos dez iemenitas foram mortos nesta sexta-feira (15) em confrontos entre forças do governo e integrantes de tribos que querem a queda do presidente Ali Abdullah Saleh. A violência teve início quando um comboio militar foi atacado por homens das tribos, que mataram um coronel e dois auxiliares perto de Sharab, 20 quilômetros a noroeste de Taiz, informaram integrantes das forças de segurança. Horas mais tarde, o Exército fez disparos de tanque e de artilharia contra Taiz, matando sete civis e deixando mais de 30 feridos.
O Exército iemenita tem atacado os subúrbios de Taiz, a segunda maior cidade do Iêmen, para tentar expulsar os membros das tribos que se uniram aos manifestantes contrários ao governo. A desintegração da segurança em todo o país permitiu que integrantes das tribos e grupos radicais islamitas tomassem o controle de partes das províncias do país. Os Estados Unidos temem que uma ramificação da Al-Qaeda que atua no país se aproveite do caos para estabelecer operações.
Apesar da violência, dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Taiz, da capital Sanaa e de várias outras cidades após as orações muçulmanas de sexta-feira para pedir o fim dos 33 anos de governo de Saleh, em manifestações chamadas de "Sexta-feira por um Estado Civil".
Abdullah al-Sami, clérigo muçulmano de Taiz, se dirigiu aos fiéis dizendo que o objetivo das manifestações é estabelecer um novo Estado, com direitos iguais para todos os cidadãos. Em Sanaa, milhares de manifestantes pró-governo também ser reuniram numa demonstração de apoio a Saleh, do lado de fora de seu palácio.
Saleh está em tratamento na Arábia Saudita desde 5 de julho, após ter ficado seriamente ferido num ataque contra seu palácio. A pressão dos Estados Unidos e dos vizinhos do Iêmen até agora não conseguiu fazer com que ele transferisse o poder. As informações são da Associated Press.