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Opositores enfrentam policiais durante protesto no Parlamento de Bangcoc | Sukree Sukplang / Reuters
Opositores enfrentam policiais durante protesto no Parlamento de Bangcoc| Foto: Sukree Sukplang / Reuters
  • Policiais disparam bombas de gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral contra manifestantes

A polícia de choque tailandesa disparou bombas de gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral em manifestantes contra o governo do prêmie Somchai Wongsawat, nesta terça-feira (7), deixando dois mortos e 400 feridos.

As Forças Armadas da Tailândia colocaram soldados nas ruas de Bangcoc para apoiar a polícia, mas os soldados desarmados não demonstraram vontade de dispersar os milhares de manifestantes da Aliança do Povo para a Democracia (PAD), que cercam o parlamento do país.

Um homem foi morto na explosão de um carro-bomba e uma manifestante morreu durante a intensificação da campanha de quatro meses para derrubar o atual governo, que segundo o PAD é uma marionete ilegítima do primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra.

O coronel Sunsern Kaemkumnerd, porta-voz do Exército, rechaçou os rumores de que o país sofreria um novo golpe. Dois anos atrás, os militares tiraram do poder de Shinawatra, em uma ação que não envolveu qualquer tipo de confronto armado.

"Não vamos carregar armas e patrulharemos as ruas com os policiais", afirmou Sunsern à Reuters.

Os conflitos começaram pouco depois do amanhecer, quando policiais usaram gás lacrimogêneo para abrir passagem entre 5.000 manifestantes do PAD que estavam concentrados ao redor do Parlamento para impedir o início de uma sessão legislativa.

Até o anoitecer, 381 pessoas ficaram feridas, 48 delas seriamente.

Dois policiais foram baleados e um outro esfaqueado durante os conflitos, que aconteceram nas zonas administrativas de Bangcoc. Um homem perdeu um pé e um outro teve uma perna arrancada na explosão de cilindros de gás, o que levou o vice-primeiro-ministro do país, Chavalit Yongchaiyudh, a assumir a responsabilidade pelos incidentes e pedir demissão.

Segundo o vice-premiê, a polícia havia recebido ordens para ser comedida em suas ações."Já que essa ação não resultou no que eu planejava, quero assumir a responsabilidade por essa operação", afirmou Chavalit em sua carta de renúncia.

Autoridades da área de saúde disseram que 190 pessoas receberam tratamento devido à inalação do gás lacrimogêneo ou a outros ferimentos sofridos durante o pior incidente de violência de rua a ocorrer na Tailândia desde os sangrentos combates entre o Exército e ativistas pró-democracia em 1992.

O afastamento do principal negociador do governo com a Aliança do Povo pela Democracia (PAD) significa um outro golpe aos novos esforços do primeiro-ministro Somchai Wongsawat para colocar fim à longa crise responsável por abalar a confiança dos investidores na Tailândia.

O PAD, uma coalizão de empresários, acadêmicos e ativistas, acusa Somchai de ser um fantoche de Thaksin, cunhado dele. O ex-premiê foi tirado do poder pelo golpe de 2006.

Segundo o grupo, a democracia tailandesa viu-se minada pelo bilionário Thaksin e seus aliados, que venceram com facilidade as últimas três eleições. A entidade defende a implementação de uma "nova política."

"Derrubem o regime Thaksin. Juntos venceremos ou perderemos. Vamos saber isso hoje. Não desistiremos", afirmou Anchalee Paireerak, líder do PAD.

Os manifestantes são partidários da a Aliança do Povo para a Democracia (PAD), coalizão de opositores que cerca o Parlamento desde 26 de agosto passado.

O PAD, que reúne monarquistas e sindicalistas, afirma que manterá a mobilização até a queda do Partido do Poder do Povo (PPP), controlado por Thaksin Shinawatra, que governou a Tailândia de 2001 a 2006, até ser derrubado pelo Exército e se refugiar na Grã-Bretanha.

O novo premiê é cunhado de Thaksin e foi eleito pelo Parlamento em 17 de setembro passado, para o lugar de Samak Sundaravej, forçado a renunciar pelo PAD e por decisão do Tribunal Constitucional, sob acusações de corrupção.

A tensão política cresceu na Tailândia após a prisão dos líderes da oposição Chaiwat Sinsuwong e Chamlong Srimuang, nos últimos dias.

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