Pelo menos sete pessoas morreram nesta sexta-feira (14) em protestos de islâmicos contra os Estados Unidos por um vídeo que parodia o profeta Maomé, que foi revelado na última terça.
Os atos se espalharam por quase 20 países com grande população muçulmana desde quando as imagens foram reveladas - Egito, Líbia, Tunísia, Índia, Síria, Líbano, Marrocos, Irã, Sudão, Iêmen, Israel, Iraque, Afeganistão, Paquistão, Indonésia, Bangladesh, Nigéria, Qatar, Jordânia e nos territórios palestinos.
Nesta sexta, quatro representações diplomáticas foram atacadas em países no norte da África. A situação é mais grave no Sudão, no norte da África, onde manifestantes entraram nas embaixadas de Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos na capital Cartum.
Os islâmicos ainda queimaram ruas vizinhas ao bairro que concentra as embaixadas na cidade. Cerca de 5 mil manifestantes participaram das ações.
Outras três pessoas morreram em confrontos com a polícia próximo à embaixada americana em Túnis, na Tunísia, no segundo protesto violento desde a divulgação do vídeo.
Antes atiraram um coquetel molotov no terreno da representação diplomática e entraram em uma escola americana, que foi incendiada pelos islâmicos.
Segundo a imprensa local, a escola não funcionava hoje. Além dos óbitos, mais 28 pessoas ficaram feridas.
Os agentes tiveram que usar gás e disparos de advertência com munição real para tentar controlar a situação.
Líbano
Em Trípoli, cidade do norte do Líbano, um manifestante foi morto e outros dois ficaram feridos durante violentos confrontos com as forças de segurança.Os agentes relataram que o homem morreu durante uma tentativa de invasão de um prédio governamental. Pelo menos 12 policiais tiveram ferimentos leves causados por pedras atiradas pelos manifestantes.
Os manifestantes incendiaram um restaurante da rede americana Kentucky Fried Chicken (KFC) na cidade.Na praça Tahrir, no Cairo, são esperadas um milhão de pessoas para protestar contra o vídeo. Outro grupo de islâmicos está desde a madrugada em ato contínuo contra as imagens.
Afeganistão e Nigéria
Novos distúrbios também foram registrados no Afeganistão e na Nigéria. Em Jalalabad, no Afeganistão, centenas de islâmicos queimaram bandeiras dos EUA e efígies do presidente Barack Obama.
Testemunhas relataram que alguns manifestantes exigiam do presidente Hamid Karzai que cortasse relações com os EUA.As forças de ordem da Nigéria dispararam hoje para o ar para dispersar manifestações de muçulmanos em Jos, e policiais reforçaram a segurança nas proximidades das embaixadas.
Em Sokoto, na fronteira com o deserto do Saara, milhares fizeram demonstrações pacíficas, carregando placas com os dizeres "Abaixo a América" e "Nós amamos nosso profeta".
"A inocência dos Muçulmanos"
Intitulada "A Inocência dos Muçulmanos", a produção amadora foi produzida nos EUA, de acordo com as informações disponíveis, e ganhou o mundo pela internet.
O filme retrata o profeta Maomé de forma controversa e serviu de estopim para as manifestações, que começaram na terça.O ato mais grave aconteceu na Líbia, onde o embaixador americano Christopher Stevens morreu em uma emboscada no consulado em Benghazi, junto com outros três funcionários diplomáticos.
O atentado está sob investigação das autoridades locais. Ontem, quatro suspeitos foram presos.
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