Protestos de rua agravam-se na Grécia após morte de jovem baleado pela polícia

Manifestantes incendiaram uma grande loja de departamento no centro de Atenas e queimaram a árvore de Natal gigante em frente ao Parlamento da Grécia nesta segunda-feira (8), no terceiro dia de protestos de rua causados pela morte de um jovem de 15 anos baleado pela polícia na capital.

Milhares de manifestantes quebraram janelas de bancos e lojas, queimaram latões de lixo e saquearam lojas no centro.

Em Salônica, norte do país, 300 estudantes se manifestaram contra a morte do jovem. Os protestos ocorreram durante a madrugada e a manhã nas proximidades de uma delegacia de polícia da segunda maior cidade do país. Dois manifestantes teriam sido detidos.

Em Berlim, cerca de dez manifestantes ocuparam o Consulado da Grécia em protesto.

Por causa deste incidente, a Grécia registrou os maiores protestos sociais dos últimos 15 anos. Para os próximos dias, foram convocadas várias manifestações e greves. Durante todo o fim de semana, foram registrados incidentes entre manifestantes e forças oficiais em Atenas, Patras, Salônica e Iráclio (capital da Ilha de Creta), que terminaram com cerca de 20 feridos.

Em Salônica, uma manifestação de cerca de 2.000 pessoas degenerou domingo em saques de lojas e incêndios de bancos e veículos. A universidade da cidade ficará fechada, pelo menos, por dois dias, segundo a reitoria.

A onda de incidentes em todo o país começou após a morte, sábado, de Andreas Grigoropoulos, um jovem de 15 anos, que foi baleado por um policial depois que um grupo de jovens atacou a pedradas uma patrulha policial.

O primeiro-ministro da Grécia, Costas Caramanlis, expressou nesta segunda-feira seu grande pesar devido à morte do jovem e e prometeu que fará o possível para que esse incidente não volte a se repetir.

Ao mesmo tempo, o chefe de governo lançou, em discurso televisionado, uma clara mensagem de que não tolerará que continuem os distúrbios nas ruas.