Milhares de ativistas protestaram em Copenhague no sábado como parte do evento mundial "Dia de Ação", para exigir que negociadores na conferência da ONU sobre mudança climática firmem um acordo ambicioso para a luta contra o aquecimento global.
"Não há um planeta B" e "Mude a política, não o clima" eram algumas das faixas carregadas por manifestantes na capital dinamarquesa. Alguns ativistas estavam vestidos de urso polar e pinguins com placas dizendo: "Salvem os humanos!"
Um boneco de neve inflável gigantesco foi usado para protestar contra a ameaça causada pela queima de combustíveis fósseis que o painel de cientistas do clima da ONU afirma irá trazer desertificação, enchentes, ondas de calor e elevação do nível do mar.
O protesto foi feito em clima de carnaval, mas tropas de choque prenderam cerca de 400 ativistas após vidros terem sido quebrados com o lançamento de garrafas. Os manifestantes foram forçados a sentar no chão e tiveram as mãos amarradas.
As estimativas sobre o número de manifestantes variam de 25 mil, segundo a polícia, a 100 mil, segundo os organizadores, que esperam pressionar os 110 líderes presentes no encontro na capital entre 17 e 18 de dezembro.
"Eles marcharam em Berlim e o muro caiu. Eles marcharam na Cidade do Cabo, e o muro caiu", disse o arcebispo sul-africano Desmond Tutu aos manifestantes. "Eles marcharam em Copenhague, e nós vamos conseguir um acordo real", acrescentou.
"Há muito pelo que lutar na semana restante de negociações", disse Kumi Naidoo, do grupo ativista "TicTacTicTac". Os organizadores da marcha querem que a cúpula consiga um acordo legal completo, o que muitos governos dizem estar fora do alcance.
Milhares de australianos promoveram a "Marcha contra o Aquecimento" e ativistas disseram que 4.000 eventos aconteceram de Fiji aos Estados Unidos, para mostrar apoio a metas para grandes reduções de emissões de gases de efeito estufa.
O principal grupo de ativistas de Copenhague percorreu seis quilômetros da cidade até o Bella Center, onde os negociadores se encontraram, e mantiveram uma vigília a luz de velas.
Caroline, uma dinamarquesa de 7 anos, carregava uma placa feita em casa dizendo: "Tome conta do nosso mundo até eu crescer."
"Agora é hora de pensarmos nas gerações futuras", disse o nepalês Sherpa Pertamba, que chegou à Dinamarca para participar de protestos com um grupo de 40 montanhistas.
No salão de conferência de Copenhague, delegados afirmaram ter avançado em algumas frentes, mas as principais decisões sobre cortes de emissões e financiamento para países em desenvolvimento devem esperar até a chegada dos líderes para a cúpula.
"Nós conseguimos um progresso considerável nesta semana", disse a ministra dinamarquesa do clima, Connie Hedegaard, que presidiu as negociações.
Os delegados afirmaram que negociadores haviam avançado na elaboração de alguns textos como os que definem novas tecnologias verdes, como energia eólica e solar, que podem ser fornecidas a nações em desenvolvimento e também sobre a promoção do uso de florestas para sequestrar gases de efeito estufa.
Os delegados disseram haver divisões profundas em alguns tópicos como o levantamento de fundos para nações em desenvolvimento e divisão de responsabilidades pela redução de emissões.
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