Tumulto em Daca, capital de Bangladesh: estudantes começaram protestos no início de julho para exigir reformas nas cotas de emprego público| Foto: EFE/EPA/MONIRUL ALAM
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Mais de 50 pessoas morreram desde o início dos protestos estudantis em Bangladesh, há duas semanas, mergulhando grande parte do país no caos, com graves confrontos entre forças de segurança e manifestantes.

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Até o momento, 53 pessoas morreram desde o início dos protestos, no início de julho, enquanto o número de feridos já se aproxima dos mil. O dia mais letal das mobilizações ocorreu ontem, quando foram registradas 36 mortes, segundo dados apurados pela Agência EFE.

Sem um balanço oficial das autoridades e um corte nacional de comunicações, os dados sobre as vítimas só podem ser obtidos um a um através dos hospitais do país.

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Dez do total de mortes foram registradas hoje, o quinto dia consecutivo de confrontos violentos, sete delas nos arredores de Daca, confirmou a EFE com fontes hospitalares.

Dois corpos sem vida foram transferidos para o Hospital Farayezi, também na capital, disse à EFE o vice-diretor do centro médico, Rubel Hossain, antes de especificar que uma terceira pessoa que deu entrada ontem com ferimentos faleceu hoje.

Hossain acrescentou que também receberam mais de 200 feridos até agora.

Segundo o chefe do hospital, os confrontos continuam em torno do centro médico, de onde garantiu que as forças de segurança podem ser vistas disparando contra os manifestantes a partir de helicópteros.

Paralelamente a estes confrontos, os principais partidos da oposição organizaram uma manifestação para apoiar os estudantes, que culminou com a prisão de um de seus líderes.

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As autoridades ordenaram hoje a proibição de reuniões em massa, embora sem grande sucesso, com manifestações em várias cidades.

Os serviços de comunicação fixa e internet permanecem suspensos desde a noite de ontem, cortando o fluxo de informações sobre os protestos e impedindo o acesso aos meios de comunicação on-line.

Os serviços bancários também não estão disponíveis, o que impede a população de realizar transações ou mesmo sacar dinheiro em caixas eletrônicos.

Uma testemunha ocular disse à EFE que mais de 50 detentos escaparam de uma prisão de Daca e incendiaram-na, multiplicando o caos que tomou conta da capital nos últimos dias.

Os protestos começaram no início de julho para exigir uma série de reformas nas cotas de emprego público, que os estudantes dizem prejudicar sua entrada no mercado de trabalho.

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No entanto, tornaram-se violentos na última segunda-feira, quando a primeira-ministra, Sheikh Hasina, rejeitou suas exigências e as mobilizações terem começado a ser duramente reprimidas pela polícia, desencadeando uma espiral de violência que continua.

Estas são as primeiras grandes manifestações que Sheikh Hasina enfrenta desde que em janeiro assumiu o cargo pela quarta vez consecutiva, em uma eleição boicotada pela oposição.