Preocupação
Moradores se dividem sobre manifestações e atuação do governo
Efe
A atuação do governo venezuelano diante da onda de protestos divide os moradores de Caracas. O comerciante Luis Azavache afirma que o país precisa dialogar, e comemorou que o presidente Nicolás Maduro tenha lançado uma Conferência Nacional de Paz, à qual o líder opositor Henrique Capriles decidiu não ir. "Tinha que ter ido para expressar suas ideias", disse Azavache.
Para Hilario Ramos, de 71 anos, a situação ruim do país fica evidenciada na falta de provisões e de alimentos. Ele tem medo de um governo que, em sua opinião, não soube encontrar as soluções para a Venezuela. "Não sobrou nada. Agora, saio para comprar algo no mercado e não sei o que vou encontrar nem por quanto vou ter de comprar", explicou.
O motorista Abraham Chávez também critica o governo, mas por sua inação perante as barricadas que interrompem diariamente o trânsito na outra parte da cidade.
O leste e o oeste de Caracas, capital da Venezuela, parecem pertencer a duas cidades diferentes nos últimos dias. Duas realidades paralelas que se olham a distância com diferente atitude diante dos protestos, mas com uma preocupação comum pela situação do país.
O oeste caraquenho é um dos maiores redutos do chavismo na Venezuela, como mostram as sucessivas vitórias eleitorais e o aparente clima de tranquilidade que reina nas ruas indiferentes à tensão política.
Os ônibus que passam pelo Parque del Oeste, em Catia, para levar os caraquenhos à praia, contrastam com os ataques e barricadas que transformaram em uma corrida de obstáculos o dia a dia dos motoristas no leste da cidade. O leste está tomado pelos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, e é cenário de manifestações diárias. Ninguém sabe que loja vai abrir ou fechar, nem a que horas.
Mais de três semanas de protestos já se passaram desde que uma manifestação pacífica em 12 de fevereiro acabou em violência e com o assassinato de três jovens.
Diferenças
Josefina Braca tem fotos de todos os tamanhos com o ex-presidente Hugo Chávez na parede do Comando Paroquial José Félix Rivas (no oeste), o primeiro que o líder bolivariano criou em Caracas e situado a poucos metros da Praça La Pastora, um dos bairros mais tradicionais da cidade.
Ela garante que os protestos do leste da capital não serão sentidos, e que ali não há nem haverá barricadas como as do leste. "Estão se enforcando com as próprias cordas", disse.
A poucos quarteirões de distância, Luis Azavache, dono de uma pequena mercearia, considera que a situação não é tão tranquila. "Estamos vivendo um estado de crise absoluta porque não há compatibilidade entre a MUD (a aliança opositora Mesa da Unidade) e o governo", comentou o comerciante, que se declarou "votante", "trabalhador" e "pró-governo".
Escombros
Os protestos fazem com que, há várias semanas, as ruas dos municípios Chacao, Baruta e Sucre, e algumas de El Libertador, apareçam diariamente cobertas de escombros e sacolas de lixo arrebentadas ou pegando fogo. Eles deixam um rastro de resíduos e terminam convertendo-se em barricadas e barreiras para o trânsito.
Ministros da Primeira Turma do STF que devem julgar Bolsonaro têm atritos com ex-presidente
Supremo dos EUA rejeita bloqueio de Trump a US$ 2 bilhões em ajuda externa
Governo Trump diz que restabelecerá ajuda à Ucrânia se negociações de paz avançarem
Transparência Internacional cita Toffoli na OEA ao relatar desmonte do combate à corrupção