No terceiro dia de lockdown em Santiago, decretado com o objetivo de conter a propagação do novo coronavírus, vários pontos da capital chilena registraram protestos e choques entre manifestantes e a polícia, nesta segunda-feira (18).
No distrito de El Bosque, um dos mais pobres de Santiago, houve confrontos entre a polícia e moradores que protestavam contra a falta de alimentos e trabalho, resultado da crise causada pela pandemia. A polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar a multidão.
"Do município nunca me chegou uma caixa de mercadorias, nunca me chegou ajuda", disse uma moradora ao jornal chileno La Tercera. "Não temos o que comer", disse outro morador do distrito, que está em quarentena desde meados de abril.
A polícia chilena informou durante a tarde que oito pessoas foram detidas no local: três por desordem, três por desobedecer as medidas sanitárias e duas por portar elementos incendiários.
Outras áreas da capital se uniram aos protestos contra a resposta do governo à pandemia. Durante a tarde desta segunda-feira, moradores de Villa Francia colocaram barricadas nas ruas e atearam fogo a um ônibus. Segundo a imprensa local, policiais das forças especiais foram ao local para conter as manifestações.
O governo chileno decretou quarentena obrigatória em 38 distritos da região metropolitana se Santiago, o que compreende 90% da população da região.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou em cadeia nacional nesta segunda-feira novas medidas para enfrentar a crise. Segundo o mandatário, serão distribuídas 2,5 milhões de cestas de alimentos e outros itens básicos para as famílias mais vulneráveis e de classe média necessitadas.
O Chile já registrou mais de 46 mil casos de Covid-19 e mais de 400 mortes pela doença.
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