Dezenas de milhares de palestinos tomaram as ruas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza ontem para lembrar o 65.º aniversário do êxodo em massa ocorrido durante a guerra da criação do Estado de Israel, em 1948.
Todos os anos, em meados de maio, os palestinos marcam o "Naqba", ou "catástrofe", termo usado para descrever o episódio, quando centenas de milhares fugiram ou foram expulsos durante os confrontos. A disputa sobre o destino daqueles palestinos e seus descendentes, que hoje somam vários milhões de pessoas, permanece no centro do conflito árabe-israelense.
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a divisão da Palestina, então governada pelos britânicos, em dois Estados separados, um judeu e outro árabe, em 1947. Em maio de 1948, Israel declarou sua independência.
Israel vê o retorno dos palestinos como um suicídio demográfico e espera que os desalojados e seus descendentes sejam levados para futuro Estado da Palestina. Mas as intermitentes tentativas de Israel e dos palestinos de chegar a um acordo sobre a formação de tal Estado não deram resultado.
Segundos
Em toda a Cisjordânia, sirenes soaram ao meio-dia por 65 segundos, o número de anos passados desde 1948. Milhares marcharam em Ramallah, a partir do túmulo do líder palestino Yasser Arafat, até o centro da cidade. Muitos usavam roupas negras, em sinal de luto, e seguravam bandeiras palestinas e chaves gigantes, simbolizando as casas que foram deixadas para trás.