Moradores da cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, tentaram retornar à normalidade ontem, feriado do dia de Ação de Graças, após uma onda de protestos inflamados pelo não indiciamento do policial que matou um jovem negro de 18 anos que estava desarmado.
Mas, apesar de comerciantes locais colocarem tábuas em janelas quebradas e limparem as ruas, manifestantes continuam a realizar protestos na região. Um grupo deles invadiu a prefeitura de St. Louis, a cidade vizinha, gritando "vergonha". Para contê-los, a polícia isolou o prédio e pediu o reforço de mais de cem agentes de segurança. Três pessoas foram presas.
Outros 200 manifestantes fizeram passeata no centro de St. Louis e realizaram um julgamento falso de Darren Wilson, o policial que baleou e matou Michael Brown no dia 9 de agosto durante uma abordagem.
Horas após o crepúsculo da quarta-feira, dezenas de manifestantes permaneciam do lado de fora do departamento de polícia de Ferguson, gritando contra os soldados da Guarda Nacional, apesar de estar nevando.
Desde a segunda-feira, Ferguson registrou mais de 150 detenções, enquanto o número em todo o país foi superior a 400.
Já na cidade de Los Angeles, protestos levaram a ao menos 130 detenções de manifestantes que rejeitaram se dispersar. Em Oakland, outros 33 foram detidos depois de uma marcha que acabou em tumultos e vandalismo.
Novo júri
Apesar de pedidos para que um promotor especial apresentasse o caso contra o policial Darren Wilson a um novo grande júri, o governador Jay Nixon disse que não acolheria a ideia, relatou o jornal St Louis Post.
A medida havia sido proposta por Mae Quinn, professora de direito e diretora da Clínica de Justiça e Lei Juvenil da Universidade de Washington, depois de revisar as transcrições do grande júri que absolveu o policial.
Segundo ela, o caso de Wilson "recebeu tratamento preferencial em comparação a outros no sistema".