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Os protestos contra o governo do Peru fizeram mais duas vítimas fatais neste fim de semana, elevando para 61 pessoas mortas desde dezembro último, quando começaram as manifestações. Fontes policiais locais confirmaram as duas mortes ocorridas neste sábado (21), na cidade de Virú, região de La Libertad, conforme informou a Agência EFE.
Uma das vítimas, um jovem de 23 anos, morreu em uma das estradas onde havia confronto entre policiais e manifestantes. Outro peruano, de 54 anos, motorista de caminhão, teria sido morto após receber um tiro no peito por não aceitar o pedido de pagamento de propina para poder passar por um bloqueio. Os casos estão sendo investigados.
O sábado foi marcado por bloqueios e confrontos próximo ao aeroporto de Arequipa, segunda maior cidade do país. Uma delegacia de polícia e uma agência bancária foram incendiadas na cidade de Ilave, no departamento de Puno, no sul do país.
Na capital, Lima, uma grande operação policial, com uso de tanques, arrombou o portão do campus da Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM), onde havia uma concentração de cerca de 200 estudantes e manifestantes que preparavam marchas em protesto contra o governo. Os manifestantes foram expulsos do campus e, em seguida, detidos pelas forças policiais. De acordo com informações da imprensa local, a intervenção policial no campus gerou um novo protesto com outros manifestantes partindo de Puno em direção a Lima, no sábado mesmo.
Os protestos no Peru pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte e o fechamento do Congresso. O clima de tensão, com os constantes confrontos e ataques, levou o governo a decidir, neste sábado (21), pelo fechamento da maior atração turística do Peru, Machu Picchu. Em comunicado à imprensa, o Ministério da Cultura peruano informou que a decisão é "para preservar a integridade dos visitantes".