Protestos começaram após anúncio do corte de subsídios dados aos combustíveis| Foto: Reuters/Kidintakar Radio Station/Storyful

Ao menos 30 pessoas morreram em Cartum, a capital do Sudão, desde a última segunda-feira (23) durante os distúrbios desencadeados nos protestos contra a eliminação dos subsídios governamentais aos combustíveis, disse nesta quinta-feira (26) à uma fonte do Ministério da Saúde.

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A fonte, que pediu o anonimato, detalhou que os três principais necrotérios da capital receberam 30 corpos de manifestantes que morreram com ferimentos provocados por arma de fogo, alguns dos quais eram estudantes universitários.

O porta-voz do grupo de oposição Coalizão de Forças do Consenso Nacional, Kamal Omar, elevou o número de mortos em todo o país para mais de 60, em entrevista à imprensa na última madrugada.

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Omar acusou a polícia de disparar contra os manifestantes e atribuiu ao Executivo a responsabilidade pelo que está ocorrendo, por causa da imposição de medidas de austeridade muito severas.

As mobilizações começaram depois que o presidente sudanês, Omar al Bashir, anunciou no último domingo que seu gabinete vai eliminar os subsídios aos combustíveis para fazer frente ao déficit do Estado.

A coalizão de oposição, que agrupa mais de 20 grupos políticos, apoia as manifestações pacíficas para derrubar o Executivo sudanês, mas rejeita a violência.

Ontem à noite, o ministro da Informação, Ahmed Bilal, reconheceu que houve vítimas entre os manifestantes durante os distúrbios dos últimos dias, sem precisar o número.

Além disso, ressaltou que 26 postos de gasolina foram incendiados na capital, além de dezenas de casas e lojas.

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Segundo Bilal, as autoridades viram manifestantes armados na quarta-feira pela tarde no sul de Cartum.

O ministro atribuiu ao grupo rebelde Frente Revolucionária, uma aliança formada em fevereiro de 2012 pelo Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte (MPLS-SN) e três facções armadas da região de Darfur com o objetivo de derrubar o regime de Bashir, as "ações de sabotagem e os roubos".

Esta manhã, Cartum amanheceu tranquila em seus três distritos principais. As forças de segurança enviaram reforços aos acessos da cidade e às instalações mais importantes.

O serviço de internet continua cortado, em meio às acusações mútuas de governo e oposição.

As autoridades sustentam que a interrupção de serviço ocorreu porque os manifestantes destruíram instalações de telecomunicações, o que causou o corte da rede.

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A oposição acredita que o Executivo está por trás dessa ação para impedir que os ativistas se coordenem através da internet.