O presidente do México, Enrique Peña Nieto, enfrenta uma onda crescente de protestos sobre o desaparecimento de 43 estudantes e perguntas cada vez mais duras sobre a compra, por sua mulher, de uma mansão na Cidade do México de uma companhia que conseguiu generosos contratos do governo.
A companhia mexicana ganhou, com uma firma chinesa, um contrato de US$ 3,7 bilhões para a construção de um trem de alta velocidade. O acordo, porém, foi revertido na semana passada em meio a críticas de que o consórcio foi o único a participar da licitação. O gabinete presidencial negou ontem que havia algo impróprio sobre o acordo, em que a companhia deu à primeira-dama Angelica Rivera um empréstimo para comprar a mansão.
O governo enfrentou uma violenta marcha de protesto em Acapulco, no estado de Guerrero, de parentes e partidários dos 43 estudantes de um magistério que sumiram em 26 de setembro em Iguala.
Em declarações aos meios de comunicação, o porta-voz dos pais dos estudantes de Ayotzinapa, Felipe de la Cruz, disse que o aeroporto de Acapulco ficará fechado durante pelo menos "três horas", nas quais "ninguém vai entrar nem sair".
Os manifestantes entraram no terminal aéreo e escreveram mensagens em sua paredes, como "Todos somos Ayotzinapa" e "Peña Nieto assassino", em referência ao presidente mexicano, que se encontra na China em visita oficial.
Corpos
As autoridades do México só contam com uma rótula e outra parte de um corpo humano para identificar os restos de dezenas de pessoas assassinadas e queimadas que presumem ser os 43 estudantes que desapareceram no fim de setembro. Um laboratório que analisou os restos afirmou que as duas partes são as únicas com possibilidades de serem identificadas.