A líder da oposição venezuelana María Corina Machado reapareceu, neste sábado (17), em público para participar de protesto contra o resultado oficial das eleições presidenciais, que afirma terem sido vencidas pelo opositor Edmundo González Urrutia, apesar do resultado oficial ter concedido a vitória ao ditador Nicolás Maduro.
Machado reapareceu em Caracas após duas semanas em que permaneceu sob proteção, temendo por sua “liberdade e sua vida”, como explicou em um artigo publicado no "The Wall Street Journal", embora não tenha deixado de se expressar através de entrevistas em vários meios de comunicação e publicações nas redes sociais, convidando os venezuelanos a não abandonar a luta pela “verdade” das eleições.
A líder oposicionista voltou a aparecer no já popular caminhão de campanha, aclamada por milhares de manifestantes que atenderam ao seu apelo para continuar o protesto pacífico, acompanhada por vários opositores, como Delsa Solórzano, Biagio Pilieri e César Pérez Vivas, entre outros.
María Corina Machado apareceu escoltada por uma caravana de veículos motorizados, como aconteceu durante a campanha eleitoral, em que defendeu o voto em González Urrutia, e nas duas saídas públicas realizadas após as eleições, cujo resultado oficial desencadeou protestos de cidadãos exigindo a publicação da ata oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), algo que ainda não ocorreu. Nesta sexta (18), a Organização dos Estados Americanos (OEA), aprovou uma resolução para exigir que as autoridades da Venezuela publiquem “rapidamente” as atas de votação da eleição presidencial realizada em 28 de julho. Desta vez, a medida teve apoio do Brasil.
Em publicação neste sábado no X, Machado afirmou: "depois de 6 dias de repressão brutal, pensaram que iam nos silenciar, nos deter ou nos intimidar... Vejam a resposta. Hoje, a presença de cada cidadão nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude da força cívica que temos e a determinação de ir até o fim".
Os opositores à ditadura chavista afirmam ter compilado, através de testemunhas e membros da mesa, 83,5% das atas que dizem dar a vitória a González Urrutia por ampla margem sobre Maduro, tese apoiada por vários países e organizações nacionais e internacionais, incluindo o painel de peritos eleitorais da ONU que testemunhou as eleições e o Centro Carter, que também enviou uma missão de observação.
O protesto deste sábado ocorreu nas principais cidades da Venezuela, onde milhares de pessoas, com bandeiras e cópias das atas eleitorais publicadas em um site pela oposição, exigem “a verdade” dos resultados das eleições presidenciais.
Além disso, milhares de venezuelanos reuniram-se para aderir à reivindicação em diversas outras cidades do mundo.