Manifestantes portavam cartazes em alusão às vítimas de ataque cometido nesta sexta (7) em Tel Aviv, que deixou um turista morto e outros sete feridos após um atropelamento.| Foto: EFE
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Mais de 250 mil pessoas se concentraram neste sábado (8) em diversos pontos de Israel em mais um dia de protestos contra a reforma judicial promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu.

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Os protestos aconteceram desta vez sob forte escolta policial, após dois ataques ocorridos nesta sexta (7), quando duas mulheres foram assassinadas a tiros na Cisjordânia e um turista morreu e outros sete ficaram feridos depois que um homem avançou com um carro sobre eles em Tel Aviv.

As manifestações deste sábado marcam a 14ª semana consecutiva de protestos contra a polêmica reforma em Israel, que busca conferir mais poder ao governo em detrimento da Justiça, cuja independência estaria profundamente prejudicada.

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Embora Netanyahu tenha anunciado em 27 de março a suspensão temporária dos processos legislativos e o início das negociações com a oposição para impulsionar uma reforma consensual, as manifestações não pararam.

Os assessores desconfiam das reais intenções do primeiro-ministro e consideram o adiamento da reforma uma mera tática para enfraquecer os protestos, antes de uma nova tentativa de aprovação da medida no Parlamento.

Até o momento, as negociações entre governo e oposição, mediadas pelo presidente Isaac Herzog, não apresentaram avanços significativos.

Neste contexto, milhares de israelenses voltaram a se reunir hoje em cidades do sul e norte do país, enquanto a principal manifestação aconteceu em Tel Aviv.

Segundo os organizadores, cerca de 145 mil pessoas participaram do protesto em Tel Aviv, que ocorreu em coordenação com a polícia por receio de novos ataques e começou com um minuto de silêncio pelas vítimas dos episódios de sexta.

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Além dos cartazes habituais com mensagens como "Democracia" e "Não à ditadura", alguns participantes trouxeram cartazes que criticavam a gestão de segurança do governo e até agitavam bandeiras da Itália e do Reino Unido, alusivas à nacionalidade das vítimas do atropelamento em Tel Aviv.

O ataque, feito por um cidadão árabe de Israel, resultou na morte de um turista italiano de 36 anos e deixou sete feridos: dois turistas italianos e cinco britânicos. Pouco antes, duas irmãs israelenses - de 15 e 20 anos - haviam sido mortas em um ataque a tiros no norte da Cisjordânia ocupada. A mãe delas ficou gravemente ferida.

Os episódios ocorreram logo após uma intensa troca de tiros entre o Exército israelense e as milícias palestinas na Faixa de Gaza e no sul do Líbano, provocada por confrontos na última quarta (5) entre a polícia israelense e fiéis palestinos na mesquita Al Aqsa, na Jerusalém Oriental ocupada.