Os russos renderam nesta terça-feira (24) suas homenagens ao ex-presidente Boris Yeltsin antes do funeral com honras de chefe de estado do homem que desmontou a União Soviética e governou a Rússia em seus primeiros e caóticos anos após a independência.
Yeltsin, que morreu na segunda-feira aos 76 anos, de parada cardíaca, será velado na Catedral do Cristo Salvador -- uma igreja que havia sido destruída pelos comunistas, mas que foi reerguida durante seu governo --, e o enterro será realizado nesta quarta-feira.
Nos últimos 80 anos, a maioria dos líderes do Kremlin foi enterrada na Praça Vermelha. Mas, como para reforçar o rompimento de Yeltsin com o passado soviético, ele será enterrado no cemitério Novodevichye, que pertence ao terreno de um monastério, às margens do rio Moskva.
Os jornais russos estavam recheados de homenagens ao primeiro líder democraticamente eleito do país, mas também lembraram os problemas que ele enfrentou durante seus oito anos de governo -- o caos econômico, uma guerra desastrosa contra rebeldes na Chechênia e suas gafes movidas a álcool.
"Ele quis fazer coisas positivas para a Rússia, mas nem sempre as coisas davam certo", disse Danil Klimov, 27, que passava diante da catedral. "Foi um trabalho muito difícil."
O presidente Vladimir Putin, escolhido a dedo por Yeltsin para sucedê-lo em 1999, emitiu um decreto declarando quarta-feira um dia de luto nacional.
Num pronunciamento à nação na noite de segunda-feira, Putin disse que, graças a Yeltsin, "uma época totalmente nova nasceu. Nasceu a nova e democrática Rússia, um Estado livre aberto ao mundo".
O premiê ucraniano, Viktor Yanukovich, e o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev -- dois países ex-soviéticos que Yeltsin ajudou a obter a independência --, estavam entre os primeiros a confirmar presença no enterro.
Também estão enterrados no cemitério de Novodevichye o líder soviético Nikita Khruschev e o compositor Dmitry Shostakovich.