Donald Trump espera um triunfo. Hillary Clinton, uma vitória. Neste sábado (20), os eleitores republicanos da Carolina do Sul e os democratas de Nevada votam nas primárias para as eleições presidenciais que acontecem em novembro, nos Estados Unidos.
O dia poderá responder algumas interrogações no processo das primárias, que se prolonga até junho e de onde sairão os candidatos à Casa Branca dos maiores partidos norte-americanos. Uma delas é: será acelerada a redução do grupo de candidatos republicanos? No começo chegaram a ser 17, mas agora só restam 6, que sobreviveram às primárias em Iowa e em New Hampshire, os primeiros dois estados que se pronunciaram.
O bilionário Trump continua liderando as pesquisas, mas é seguido pelo senador Ted Cruz, o ultraconservador preferido pela direita cristã evangélica e que venceu em Iowa.
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Ataques republicanos
A última semana foi de duros ataques. Trump chamou Cruz de mentiroso em um debate no sábado passado (13). Depois, o ameaçou com um processo por um anúncio no qual dizia que o magnata defendia o direito ao aborto no passado. Por último, chegou a trocar críticas com o papa Francisco.
Ted Cruz se mostra confiante de que continuará na competição, enquanto os candidatos restantes esperam um resultado honrável que justifique seguir com suas campanhas: o senador de origem cubana Marco Rubio, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o governador de Ohio, John Kasich, e o médico aposentado Ben Carson.
Rubio, Bush e Kasich tentam mostrar-se como a alternativa anti-Trump.
Jeb Bush recebeu um impulso nos últimos dias, quando seu irmão, o ex-presidente George W. Bush e sua mãe, Barbara, fizeram campanha por ele.
O moderado John Kasich, no entanto, beneficiou-se de uma cobertura favorável da imprensa por seu estilo afável.
Mas as pesquisas dão uma vantagem a Marco Rubio, para quem um segundo lugar poderia resultar uma vitória. A popular governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, e muitos outros líderes do estado lhe deram seu apoio. Sobre Rubio, a assessora de Ted Cruz, Alice Stewart, disse à AFP que “se não ganhar com a adesão destas personalidades influentes, significa dizer que está com problemas”.
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Nada definido em Nevada
Hillary Clinton tem a obrigação de ganhar em Nevada para aumentar o moral de seus partidários, depois da significativa derrota em New Hampshire frente ao senador Bernie Sanders.
Embora a ex-secretária de Estado tenha um forte apoio de seu partido, que praticamente prevê uma vitória na convenção democrata de julho, seu objetivo é deter a ascensão de Sanders o quanto antes.
Clinton ganhou em 2008 de Barack Obama em Nevada, onde conta com o apoio das comunidades negra, hispânica e asiática, que representam cerca da metade dos habitantes. “Nevada é mais representativo em relação à população americana que Iowa ou New Hampshire”, explicou à AFP Michael Green, professor de história da Universidade de Las Vegas. “Os candidatos que passam dessas primeiras etapas estão prontos para enfrentar o tipo de eleitorado que votará nas presidenciais”, declarou.
Mas as pesquisas são pouco confiáveis, por isso nada está definido.
Clinton vs. Sanders
Nos últimos dias, Clinton e Sanders se atacaram com agressividade.
A campanha da ex-primeira dama reprova Sanders por ter votado contra a regularização dos imigrantes sem documentação em 2007, enquanto os seguidores do senador exigem a publicação das transcrições dos discursos remunerados que Clinton deu no banco Goldman Sachs.
As votações republicanos em Nevada serão na terça-feira (23), enquanto os democratas terão suas primárias na Carolina do Sul no próximo sábado (27). No 1º de março ocorrerá a chamada “Super Terça”, quando onze estados se pronunciarão.