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Usina

Provas de corrupção em Itaipu foram destruídas, diz diretor

Funcionários da hidrelétrica de Itaipu destruíram documentos que poderiam comprovar casos de corrupção no governo anterior do Paraguai, disse nesta segunda-feira (17) o diretor paraguaio da usina, Carlos Mateo.

O Paraguai administra em conjunto com o Brasil a usina sobre o rio Paraná, que produz anualmente 90 milhões de megawatts-hora, divididos em partes iguais.

O presidente paraguaio, Fernando Lugo, assumiu o cargo em agosto prometendo uma administração mais transparente na hidrelétrica, alvo de inúmeras denúncias de corrupção durante o governo de Nicanor Duarte.

Mateo disse que três funcionários da direção-geral paraguaia destruíram na tarde deste domingo (16) documentos que estariam vinculados à suposta utilização de verbas de Itaipu na campanha eleitoral do Partido Colorado - que manteve uma hegemonia política de décadas no país, até ser derrotado em abril por Lugo.

"Entraram funcionários em horários que não são normais para realizar uma operação que sob nenhum ponto de vista é normal: a queima de documentos originais da binacional", disse Mateo à TV local SNT.

Imagens exibidas pelo canal mostraram papéis queimados e picados junto a pastas e álbuns de fotos do Partido Colorado, que também deveriam ser destruídos, dentro de um depósito de documentos no escritório de Itaipu, em Assunção.

"Resgatamos alguns documentos e papéis destruídos que evidenciam que eram ordens de pagamento e pedidos de gente vinculada ao regime anterior", disse o funcionário.

É a segunda vez que o atual governo denuncia a destruição de arquivos em Itaipu. Em agosto, dias antes de assumir a direção, Mateo alertou para uma surpreendente transferência de documentos contábeis, justamente quando o Ministério Público iniciava uma investigação sobre a utilização de verbas destinadas à área social.

Promotores anticorrupção abriram semanas atrás outra investigação contra os dois últimos diretores da central por irregularidades administrativas denunciadas por advogados de Itaipu.

Esses diretores também são acusados de desviar recursos de Itaipu para financiar a campanha do Partido Colorado.

"Imagino que setores políticos vinculados à antiga administração estão incomodados porque assumimos o compromisso de dar transparência à instituição e de lutar contra a corrupção. Este é um elemento que evidencia que aqui há muita gente que quer ficar impune", acrescentou Mateo.

O promotor Arnaldo Giuzzio disse que os funcionários envolvidos na destruição dos documentos estão detidos, e que o renunciante chefe de gabinete da entidade - que supostamente autorizou a ação - será chamado a se explicar.

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