Depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter concordado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que é preciso frear a proliferação de armas nucleares no mundo para minimizar os anseios de uma corrida armamentista do século XXI, o governo russo resolveu publicar no Youtube vídeos de seus novos armamentos — aqueles que Putin havia dito que renderiam a defesa “completamente inútil” da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Tratam-se de um míssil nuclear de cruzeiro, o Burevestnik; um sistema de mísseis hipersônicos, o Avangard; um míssil balístico intercontinental, o Sarmat (ICBM); um drone subaquático, chamado Poseidon; e um míssil hipersônico, o Kinzhal. Reportagens da Tass, agência de notícias estatal russa, publicadas nesta semana afirmam que as cinco novas armas estão sendo testadas.
Especialistas em segurança ouvidos pela Tass, e ligados ao Kremlin, afirmam que ainda não é possível saber se a demonstração do armamento vai ajudar ou prejudicar o diálogo com os Estados Unidos, mas concordam que terá uma relevância em conversas futuras sobre o New START, uma renovação do compromisso de limitação dos arsenais nucleares entre as duas nações.
“A ideia principal por trás da demonstração das novas armas é reduzir a corrida armamentista com os EUA, sentar-se à mesa das negociações e começar a discussão dos problemas como as defesas antimísseis ou a estabilidade estratégica”, disse Konstantin Blokhin, pesquisador do Instituto Russo para Estudos Estratégicos, organização ligada à presidência.
Entretanto, os novos armamentos foram recebidos com ceticismo em Washington, onde as autoridades lançaram dúvidas sobre se a capacidade do arsenal nuclear da Rússia, além das já conhecidas pelas agências militares e de inteligência dos EUA. Em entrevista ao Bloomberg, Anton Lavrov, analista militar independente, afirma que os vídeos tentam mostrar que o governo russo está avançando, mas que “não provam que estas armas possam ser usadas em breve”.
As novas armas
Burevestnik: segundo o Ministério de Defesa da Rússia, o novo míssil de cruzeiro é equipado com uma pequena ogiva nuclear e tem um alcance quase ilimitado, uma trajetória imprevisível e capacidade de contornar linhas de interceptação. Segundo a agência TASS, a Rússia está se preparando para começar os testes do míssil de longo alcance.
Avangard: O míssil hipersônico voa a uma altitude de dezenas de quilômetros nas camadas densas da atmosfera e viaja ao longo de uma distância intercontinental a uma velocidade hipersônica de mais de 24 mil Km/h. Segundo o Ministério de Defesa, o Angard é capaz de realizar manobras controladas, o que torna seu vôo imprevisível para as defesas anti-mísseis e permite evitar as áreas de operação de suas informações e sistemas de armas.
Sarmat (ICBM): É um míssil capaz de transportar cargas nucleares. Segundo a agência Tass, os primeiros testes tiveram sucesso e tentativas de voo serão colocadas em prática em breve.
Poseidon: é um drone subaquático. Segundo o Ministério de Defesa russo, será capaz de combater os porta-aviões inimigos e atingir as suas instalações costeiras a uma distância intercontinental. Os testes do Poseidon já começaram, segundo a Tass.
Kinzhal: é míssil hipersônico, que é trazido à velocidade mínima de voo pelo avião a jato e depois liberado para disparar seu próprio motor de propulsão sólida, que o eleva a uma velocidade de 12 mil Km/h.