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Próximo da eleição, governo Biden-Harris vê criação de empregos cair nos EUA em outubro
O presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, durante uma cerimônia de assinatura de uma ordem executiva na Casa Branca, em Washington, EUA, em setembro| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

A criação de empregos nos Estados Unidos caiu no mês de outubro para 12 mil postos de trabalho líquidos, 211 mil a menos do que no mês anterior, um retrocesso que o governo do país, liderado pelo democrata Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, atribui aos furacões e às greves. O número foi divulgado nesta sexta-feira (1º), quatro dias antes das eleições presidenciais, onde Kamala e Donald Trump, candidato republicano, disputarão o comando da Casa Branca pelos próximos quatro anos.

A Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos (BLS, na sigla em inglês) informou que a taxa de desemprego, entretanto, permaneceu em 4,1%, ainda muito baixa, de acordo com economistas.

A BLS destacou que os dados de outubro são os primeiros a serem compilados desde que os furacões Helene e Milton atingiram os EUA, o que “causou danos graves na parte sudeste do país”. Mesmo assim, o efeito líquido sobre o emprego ainda não pôde ser quantificado.

Além disso, explicou o órgão, o emprego diminuiu no setor industrial devido à “atividade de greve”. Somente neste setor, o número de empregos caiu em 46 mil, com uma queda de 44 mil empregos na área de fabricação de equipamentos de transporte, que pode ter sido afetado em grande parte devido à greve da Boeing.

Biden justificou os dados ruins, dizendo que “espera-se que o crescimento do emprego aumente em novembro, à medida que os esforços de recuperação e reconstrução dos furacões continuem”.

“Além disso, quero parabenizar os líderes dos maquinistas e da Boeing pela negociação de uma nova proposta de contrato que será votada pelos membros do sindicato. Os maquinistas da Boeing se sacrificaram ao longo dos anos e merecem um contrato sólido”, disse o mandatário em um comunicado.

A força do mercado de trabalho tem sido uma das conquistas que Biden mais destacou em seus quase quatro anos de mandato, nos quais, segundo ele, criou 16 milhões de empregos.

Durante o último ano, uma média de 180 mil empregos foram criados a cada mês, mais do que no ano anterior à pandemia de covid-19.

“Temos a menor taxa média de desemprego de qualquer administração em 50 anos”, declarou Biden.

“Agenda fracassada de Kamala”

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, também reagiu a divulgação dos dados ruins sobre os empregos no país. Em um comunicado, Trump disse que esse relatório “é uma catástrofe e revela definitivamente até que ponto Kamala Harris arruinou a economia”.

“Em um único mês, a agenda econômica fracassada de Kamala eliminou quase 30 mil empregos no setor privado e quase 50 mil empregos na indústria. A agenda econômica de Kamala e Biden está roubando as famílias trabalhadoras. Kamala arruinou a economia”, diz o comunicado, colocando a culpa diretamente em Kamala, embora Biden seja o presidente.

Os dados chegam apenas quatro dias antes da eleição presidencial de 5 de novembro, para a qual a democrata e o republicano estão empatados segundo as pesquisas.

A economia, dizem os especialistas, será um dos principais motivos para a votação e é por isso que todos os dados econômicos conhecidos são cruciais.

Os 12 mil empregos criados em outubro estão bem abaixo da média mensal de 194 mil criados nos 12 meses anteriores, destacou a BLS. É o menor crescimento de empregos desde dezembro de 2020, quando 243 mil empregos foram perdidos.

O número de pessoas desempregadas ficou praticamente inalterado em 7 milhões. Esses números são mais altos do que no ano anterior, quando a taxa de desemprego era de 3,8% e o número de pessoas desempregadas era de 6,4 milhões.

Em outubro, o emprego continuou a aumentar nos setores de saúde e governo. Os serviços de ajuda temporária perderam postos de trabalho e o emprego diminuiu no setor industrial.

A média de ganhos por hora aumentou US$ 0,13, ou 0,4%, para US$ 35,46. Nos últimos 12 meses, os ganhos médios por hora aumentaram 4%.

Os dados também foram divulgados no momento em que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) iniciou seu ciclo de cortes nas taxas de juros, que hoje estão em uma faixa de 4,75% a 5%. Tudo isso depois que a inflação desacelerou (para 2,4% em setembro, o último dado conhecido).

O primeiro corte na taxa básica de juros ocorreu em meados de setembro e, na semana seguinte, nos dias 6 e 7 de novembro, os membros do comitê que decide sobre o índice se reunirão para considerar se é apropriado reduzi-las ainda mais. De acordo com as previsões, é provável que haja uma queda de 25 pontos-base. 

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