Após a aprovação da reforma da saúde, o governo Barack Obama se prepara para enfrentar ao menos mais três batalhas no Congresso. Para os próximos meses estão pré-agendadas as reformas da imigração, da regulação financeira e da educação. As três propostas ainda não foram finalizadas e transformadas em projetos de lei, mas desde já o Partido Democrata se prepara para as muitas polêmicas que os assuntos devem gerar.
O ponto mais nevrálgico é a reforma da imigração, uma promessa de campanha do presidente americano que deve se tornar a próxima reforma a ser posta na mesa. Na última quarta-feira, uma manifestação de imigrantes reuniu 200 mil pessoas em Washington e demonstrou o tipo de reação popular que o debate provoca. Enquanto os manifestantes gritavam "Sí, se puede" (O lema de campanha de Obama, em espanhol), moradores que passavam pelo local respondiam com palavras de ordem como "fale inglês ou saia do meu país".
Qualquer lei sobre imigração a ser aprovada terá de, obrigatoriamente, levar em conta e relevar este tipo de tensão social. As proposições iniciais em discussão demonstram que a lei investirá em duas frentes aparentemente opostas. Os imigrantes no país terão oportunidades de anistia, mas os que tentam entrar a partir da aprovação da lei serão barrados (leia mais ao lado).
Operando contra a próxima reforma, a desconfiança popular se soma à sintomática vitória apertada do governo na ampliação da cobertura médica na Câmara (219 a favor e 212 contra), à crescente queda de popularidade não estancada sequer com esta vitória , e à realização das eleições parlamentares que renovarão toda a Câmara e um terço do Senado.
Vantajosos
Benjamin Powell, professor de Economia da Universidade Suffolk (Boston), defende que as restrições imigratórias dos Estados Unidos custam mais dinheiro que a liberação. "A mais importante mudança a ser efetivada por uma reforma migratória é a abertura das fronteiras dos Estados Unidos. Vai ser bom para a América e bom para os imigrantes", afirma.
Powell trabalha com um modelo econômico que prevê crescimento econômico na legalização dos trabalhadores estrangeiros. "Ao contrário do que as pessoas pensam, os imigrantes não roubam os empregos dos americanos. Eles assumem algumas posições e, com seu trabalho, criam outras vagas. Isso aconteceu antes nos EUA. O baby boom do pós-guerra, por exemplo, foi levado a cabo em sua maioria por imigrantes, e ajudou na evolução da economia americana", relaciona.
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