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Mídias sociais

Publicações ofensivas causam dificuldade para Facebook na Alemanha

 | PHIL MOORE/NYT
(Foto: PHIL MOORE/NYT)

Yorai Feinberg seguia sua rotina diária em novembro quando seus feeds da mídia social e do celular começaram a piscar. Era o 78.º aniversário da Noite dos Cristais, o pogrom nazista de 1938 contra os judeus, e o restaurante em Berlim de propriedade de Feinberg, israelense de 35 anos, havia sido incluído sem seu conhecimento em um mapa da cidade que um grupo de extrema direita havia publicado no Facebook.

A publicação na mídia social listava os nomes – e os endereços – de instituições locais judaicas e de negócios de propriedade israelense debaixo dos dizeres “judeus entre nós”, em fonte gótica amarela. Pouco tempo depois, Feinberg recebeu telefonemas anônimos dizendo “eu odeio judeus”. Logo se criou um impasse entre o Facebook, o gigante da mídia social, e as autoridades alemãs quanto ao que muitos consideravam uma resposta inadequada à publicação do mapa.

As regras alemãs, porém, sobre o que pode ser dito ou publicado – entre as mais severas do mundo, com condenações longas à prisão por negar o Holocausto e incitar o ódio contra minorias – garantiram que a postagem terminasse sendo apagada. O incidente é um entre os muitos exemplos – incluindo ameaças de regulação e tentativas de processar o diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg – de como a Alemanha se tornou um importante teste global para definir as regras de publicação da mídia social, e como ela deveria reagir ao conteúdo inapropriado e ilegal. Tais medidas na Alemanha integram um movimento crescente ao redor do mundo para regular o que os usuários podem publicar nas redes.

Feinberg não relatou o incidente ao Facebook, pois, após ataques antissemitas anteriores, estava convencido que a rede social não agiria. “Denunciei coisas ao Facebook pelo menos 20 vezes, e em 100% dos casos, eles se recusaram a tirar. O Facebook não faz nada”, disse. Mas outros identificados no mapa reclamaram. A princípio, o Facebook não removeu o post, dizendo que ele obedecia aos “padrões da comunidade” da empresa, isto é, as diretrizes para o que ela considera os limites da livre expressão.

Em questão de 48 horas, contudo, após o clamor na mídia social, em jornais locais e de autoridades alemãs, o Facebook cedeu. Ele apagou a página inteira do grupo de extrema direita, incluindo a postagem que listava as instituições e negócios judeus em Berlim. “Nós reconhecemos que isso é um trabalho em curso. Era um discurso de ódio que deveria ter sido excluído”, afirma Richard Allen, diretor de políticas do Facebook na Europa.

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