A boate Pulse, local do massacre da madrugada deste domingo em Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) nos Estados Unidos.
“Um mundo de diversão e fantasia, a boate mais quente de Orlando”: assim se apresenta a Pulse em seu site, no qual há várias fotos, um tanto ousadas, de clientes em festa. O lugar é conhecido por seus espetáculos de drag queens.
O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar: sua co-fundadora e co-proprietária, Barbara Poma, proveniente de uma família ítalo-americana, conta no mesmo local em que perdeu seu irmão John em 1991, por causa da aids.
Trata-se, então, para Barbara de homenagear um ente querido que desapareceu prematuramente para, ao longo do tempo, “despertar as consciências” para a luta da comunidade LGBT e a prevenção do vírus HIV.
A Pulse faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida, e promove, entre outros, os Jogos Gay, que ocorrerão em Paris em agosto de 2018, uma manifestação esportiva mundial para a qual Orlando foi candidata.
O governo do presidente Barack Obama fez da defesa da comunidade LGBT nos Estados Unidos e no mundo uma de suas prioridades.
De fato, os comportamentos e atitudes a respeito da homossexualidade mudaram notavelmente no país, como mostra o reconhecimento legal do casamento gay em todos os estados desde junho de 2015.
O ataque de hoje ocorre no mês do Orgulho Gay nos Estados Unidos, período no qual se multiplicam os eventos e celebrações no país.
O caso
O ataque a uma boate de Orlando, o pior da história americana, deixou 50 mortos e 53 feridos, segundo um novo balanço, divulgado neste domingo (12) pelo prefeito da cidade, Buddy Dyer. O balanço inicial dava conta de 20 mortos e 40 feridos. O autor do ataque, morto em confronto com a polícia, foi identificado por redes de TV como sendo Omar Mateen, de 29 anos. Ele teria dupla cidadania – americana e afegã.