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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou ontem os EUA de manterem o delator Edward Snowden bloqueado em território russo. "Eles [os EUA] assustaram os países. Ninguém quer acolhê-lo. Assim, no final das contas, eles mesmos bloquearam [Snowden] em nosso território", disse Putin. "Ele chegou a nosso território sem convite. Não veio conosco. Voava para outro país. Mas tão logo souberam que estava no ar, nossos parceiros americanos bloquearam suas futuras escalas", disse.

O líder russo lembrou a condição que ele mesmo impôs ao fugitivo americano desde sua chegada ao aeroporto moscovita de Sheremetyevo: suspender as atividades contra os interesses de Washington.

"Ele conhece bem a condição para a concessão de asilo político. A julgar por suas últimas declarações, parece que mudou de postura. A situação ainda não se esclareceu totalmente", disse o líder russo.

Snowden se recusou a pedir asilo à Rússia por causa da condição imposta pelo chefe do Kremlin, mas, na sexta-feira, o delator parece ter voltado atrás e disse que vai pedir refúgio na Rússia devido à impossibilidade de viajar aos países latino-americanos que lhe ofereceram refúgio (Bolívia, Nicarágua e Venezuela).

Até ontem, Snowden não tinha entrado com o pedido de asilo, segundo o Serviço Federal de Migração da Rússia (SFM).

Uma fonte no aeroporto Sheremetyevo afirmou que Snowden ainda tem um quarto reservado na zona de trânsito, mas ele também tem acesso a uma "sala de descanso especial para a equipe de plantão", segundo a agência Interfax.

"A segurança de Snowden está sendo garantida, tanto no hotel quanto nesta sala", disse a fonte, sem dar mais detalhes se tais precauções foram tratadas por uma empresa de segurança ou uma agência governamental.

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O jornalista Glenn Greenwald, que publicou uma série de matérias baseadas nos documentos vazados por Snowden no jornal The Guardian, disse no fim de semana que o fugitivo tem mais informações para prejudicar o governo dos EUA que qualquer outra pessoa "na história", mas optou por não publicá-las.

O presidente dos EUA, Barack Obama, falou com Putin por telefone na sexta-feira sobre várias questões, incluindo o caso de Snowden, disseram o Kremlin e a Casa Branca, mas nenhum detalhe foi divulgado.

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