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Bush pode visitar Polônia para conversar sobre escudo antimíssil

George W. Bush pode visitar Varsóvia neste trimestre para conversar sobre a instalação de parte do planejado sistema de defesa dos EUA na Polônia.

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Chanceler russo rejeita cooperação antimísseis com EUA

A oferta de cooperação havia sido feita pelo secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, que sugeriu, por exemplo, exercícios conjuntos e compartilhamento de dados.

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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (27) que os Estados Unidos estão aumentando o risco de uma guerra que poderia levar a um "extermínio recíproco".

Ele se referiu ao local de instalação de um radar do chamado NMD (sistema de Defesa Nacional contra Mísseis) dos EUA na República Tcheca e de dez interceptores na Polônia.

"[Isso] aumenta o risco de prejuízo mútuo, e inclusive de extermínio recíproco", disse Putin. "Trata-se de um componente do potencial estratégico nuclear americano, que mudará de maneira fundamental a situação da segurança militar na Europa", ressaltou o presidente russo.

Ao mesmo tempo, Putin afirmou que em Moscou "não haverá histeria", mas que serão adotadas medidas de resposta, pois "a Rússia se reserva o direito de garantir sua própria segurança".

"Esses sistemas controlarão o território russo até os Urais, mas só em caso de nós não tomarmos contramedidas, e nós as tomaremos", advertiu Putin.

O presidente tcheco, Vaclav Klaus, afirmou em entrevista coletiva que a República Tcheca não pretende que o NMD ameace a Rússia, o que provocou uma resposta ríspida do líder russo. "Claro, porque a República Tcheca não terá o comando desse radar nem poderá influir em seu funcionamento", disse Putin.

No entanto, o líder russo descartou que Moscou rompa suas relações políticas e econômicas com Praga e Varsóvia, e pediu "um diálogo honesto e franco com todos os parceiros" sobre os assuntos militares que afetam a segurança comum.

Na quinta-feira, como uma das possíveis respostas ao posicionamento do escudo, Putin ameaçou retirar a Rússia do Tratado de Forças Convencionais na Europa.

O líder russo exigiu ainda que o polêmico assunto do NMD seja discutido na Conferência de Segurança e Cooperação na Europa por afetar os interesses de todos os países do continente.

Ecos da Guerra Fria

Durante a entrevista coletiva Putin chegou a comparar os planos de Washington de instalar o sistema de Defesa Nacional contra Mísseis americano na Europa com a colocação dos mísseis balísticos Pershing nos anos 80.

"Pela primeira vez na história, aparecem no continente europeu elementos do sistema estratégico nuclear dos EUA. Para a Rússia, isto é o mesmo que a instalação dos Pershing, pois a ameaça é absolutamente igual", afirmou o chefe do Kremlin.

Putin referiu-se a um dos piores momentos da Guerra Fria, quando a União Soviética instalou no leste europeu seus mísseis balísticos de médio alcance SS-20.

Em resposta, a Otan e os EUA instalaram em países aliados europeus mísseis Pershing-2 e outros foguetes, capazes de atingir os alvos soviéticos em poucos minutos.

Em entrevista coletiva com o presidente tcheco, Vaclav Klaus, cujo país se propõe, com a Polônia, a abrigar elementos do "guarda-chuvas nuclear" americano, Putin criticou a proximidade da infra-estrutura militar da Otan e dos EUA do seu país, enquanto a Rússia se desarma conforme os compromissos assumidos.

"Reduzimos os armamentos e tropas na parte européia da Rússia, onde, de fato, já não existem armas pesadas, enquanto observamos os planos da Otan de abrir duas novas bases na Bulgária e Romênia, para 5 mil soldados cada uma, e de instalar duas bases de defesa contra mísseis na república Tcheca e Polônia", criticou o presidente russo.

"A Rússia se desarma de forma unilateral, enquanto nossos parceiros enchem o espaço europeu com novos armamentos", disse o líder do Kremlin, citado pela agência "Interfax".

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