As recentes declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, questionando a integridade do processo eleitoral russo, deram início a uma nova troca de farpas na já desgastada relação Washington-Moscou.
O premiê russo, Vladimir Putin, acusou ontem Hillary de fomentar o "caos" e encorajar as manifestações contra o resultado das eleições parlamentares que deram, novamente, maioria para o seu partido, o Rússia Unida, na Duma (câmara baixa).
Centenas de pessoas foram presas em protestos reprimidos nesta semana. Segundo Putin, as declarações da secretária americana "deram um sinal" a ativistas no país. "Eles escutaram o sinal e, com o apoio do Departamento de Estado, começaram a trabalhar ativamente", disse o premiê, que já é candidato a mais um mandato à Presidência, em 2012.
Ele ainda disse que Washington tem gastado "centenas de milhões" de dólares para influenciar a política russa.
O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, disse que as acusações "não poderiam estar mais distantes da realidade".
Hillary também assegurou que os EUA continuarão defendendo os "direitos do povo russo", depois de sugerir que o pleito não foi "livre nem justo" e que a população merece investigações sobre fraudes.