Eleições
Denúncias de fraudes serão investigadas
O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que as supostas fraudes nas eleições parlamentares do país serão investigadas. Ele afirmou ontem que a lei pode ter sido violada durante a votação de domingo porque "nossa lei eleitoral não é a ideal". As supostas fraudes motivaram a realização de protestos por todo o país. Uma grande manifestação é esperada para amanhã. O presidente russo pediu calma aos cidadãos durante a investigação. Ele afirmou que "especialistas, não pessoas comuns", vão apurar o caso.
Medvedev declarou que entende que algumas pessoas estejam desapontadas com o resultado eleitoral, mas que "os números correspondem totalmente às estimativas dos analistas e às pesquisas de opinião". Segundo ele, o povo tem o direito de livre expressão e de questionar, porém tem de fazer isso dentro da lei.
Manifestantes tomaram as ruas de Moscou e São Petersburgo por três noites consecutivas, apesar da forte presença policial.
Agência Estado
As recentes declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, questionando a integridade do processo eleitoral russo, deram início a uma nova troca de farpas na já desgastada relação Washington-Moscou.
O premiê russo, Vladimir Putin, acusou ontem Hillary de fomentar o "caos" e encorajar as manifestações contra o resultado das eleições parlamentares que deram, novamente, maioria para o seu partido, o Rússia Unida, na Duma (câmara baixa).
Centenas de pessoas foram presas em protestos reprimidos nesta semana. Segundo Putin, as declarações da secretária americana "deram um sinal" a ativistas no país. "Eles escutaram o sinal e, com o apoio do Departamento de Estado, começaram a trabalhar ativamente", disse o premiê, que já é candidato a mais um mandato à Presidência, em 2012.
Ele ainda disse que Washington tem gastado "centenas de milhões" de dólares para influenciar a política russa.
O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, disse que as acusações "não poderiam estar mais distantes da realidade".
Hillary também assegurou que os EUA continuarão defendendo os "direitos do povo russo", depois de sugerir que o pleito não foi "livre nem justo" e que a população merece investigações sobre fraudes.
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