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Nesta segunda-feira (30), o presidente russo, Vladimir Putin, acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o Ocidente de estarem por trás do tumulto ocorrido no aeroporto da cidade de Makhachkala, capital da República russa do Daguestão.
No domingo (29), a cidade de Makhachkala virou notícia mundialmente após o tumulto que foi realizado em seu aeroporto. Segundo informações, ele teria sido causado por pessoas que gritavam palavras antissemitas que estavam tentando cercar um avião que vinha de Tel Aviv, cidade de Israel.
Essas pessoas queriam impedir que judeus entrassem na república russa, que é de maioria muçulmana, no entanto, informações da BBC apontam que no avião que pousou no aeroporto não haviam judeus. Informações atualizadas afirmam que mais de 80 indivíduos já foram detidos por causa do ato.
Durante um discurso televisionado nesta segunda-feira, Putin afirmou que "os acontecimentos em Makhachkala na noite passada foram instigados através das redes sociais, sobretudo a partir da Ucrânia, pelas mãos de agentes dos serviços especiais ocidentais". Ele apontou para as “atuais elites governantes dos EUA” como os principais beneficiários da “instabilidade mundial”.
As autoridades dos EUA responderam nesta segunda-feira classificando as alegações de Putin como "absurdas". O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, chamou a acusação de culpar a Ucrânia de "absurdo" e instou Putin a denunciar publicamente a verdadeira causa dos tumultos.
No domingo, Zelensky criticou o tumulto por meio de sua conta no X (antigo Twitter) dizendo que ele faz parte do "ódio e do antissemitismo russo".
“O antissemitismo russo e o ódio contra outras nações são sistemáticos e profundamente enraizados”, disse o presidente ucraniano.
Ele completou afirmando que “o ódio é o que impulsiona a agressão e o terror. Todos devemos trabalhar juntos para nos opor ao ódio”.
O tumulto em Makhachkala ocorre em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Segundo informações, as com convocações para que as pessoas se dirigissem ao aeroporto foram feitas em canais do Telegram, aplicativo russo, para incialmente “protestar contra voos com origem em Israel”.