Moscou – O presidente da Rússia, Vladimir Putin advertiu ontem que o planejado sistema antimísseis (NMD) dos Estados Unidos na Europa pode levar a uma "destruição mútua".

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"(Isso) aumenta o risco de prejuízo mútuo, e inclusive de extermínio recíproco", disse Putin. "Trata-se de um componente do potencial estratégico nuclear americano, que mudará de maneira fundamental a situação da segurança militar na Europa", ressaltou o presidente russo.

Ao mesmo tempo, Putin afirmou que em Moscou "não haverá histeria", mas que serão adotadas medidas de resposta, pois "a Rússia se reserva o direito de garantir sua própria segurança".

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"Esses sistemas controlarão o território russo até os Urais, mas só em caso de nós não tomarmos contramedidas, e nós as tomaremos", advertiu Putin.

O presidente tcheco, Vaclav Klaus, afirmou em entrevista coletiva que a República Tcheca não pretende que o NMD ameace a Rússia, o que provocou uma resposta ríspida do líder russo. "Claro, porque a República Tcheca não terá o comando desse radar nem poderá influir em seu funcionamento", disse Putin.

No entanto, o líder russo descartou que Moscou rompa suas relações políticas e econômicas com Praga e Varsóvia, e pediu "um diálogo honesto e franco com todos os parceiros" sobre os assuntos militares que afetam a segurança comum.

Na quinta-feira, como uma das possíveis respostas ao posicionamento do escudo, Putin ameaçou retirar a Rússia do Tratado de Forças Convencionais na Europa.

O líder russo exigiu ainda que o polêmico assunto do NMD seja discutido na Conferência de Segurança e Cooperação na Europa por afetar os interesses de todos os países do continente.

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Durante a entrevista coletiva, Putin chegou a comparar os planos de Washington de instalar o sistema de Defesa Nacional contra Mísseis americano na Europa com a colocação dos mísseis balísticos Pershing nos anos 80.

"Pela primeira vez na história, aparecem no continente europeu elementos do sistema estratégico nuclear dos EUA. Para a Rússia, isto é o mesmo que a instalação dos Pershing", afirmou o chefe do Kremlin. Putin referiu-se a um dos piores momentos da Guerra Fria, quando a União Soviética instalou no Leste Europeu seus mísseis balísticos de médio alcance SS-20.

Em resposta, a OTAN e os EUA instalaram em países aliados europeus mísseis Pershing-2 e outros foguetes, capazes de atingir os alvos soviéticos em poucos minutos.