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Guerra da Ucrânia

Putin anuncia chegada das primeiras armas nucleares táticas a Belarus

Putin disse que a transferência de armas nucleares táticas para Belarus é uma medida de “dissuasão” e que por enquanto “não há necessidade” de utilizá-las (Foto: EFE/EPA/RAMIL SITDIKOV/HOST PHOTO AGENCY)

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou nesta sexta-feira (16) que as primeiras armas nucleares táticas já chegaram a Belarus, parte de um processo que será concluído até o fim do ano.

“As primeiras [armas nucleares táticas] foram transportadas a Belarus. Até o final do verão [no hemisfério norte], ou final do ano, todo este processo estará concluído. Mas trata-se de uma medida de dissuasão”, ressaltou Putin no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

Há uma semana, Putin afirmou que a instalação de armas nucleares táticas no território bielorrusso começaria a partir de 7 ou 8 de julho.

Os ministros da Defesa russo, Sergey Shoigu, e bielorrusso, Viktor Khrenin, assinaram em Minsk, no final de maio, documentos que regulam o armazenamento de armas nucleares não estratégicas no território da ex-república soviética.

Em março, o líder do Kremlin anunciou um acordo com o ditador bielorrusso, Alexander Lukashenko, sobre a instalação de armas nucleares táticas no país vizinho, o que acelerou a integração da política de defesa nos últimos dois anos.

Em abril, militares bielorrussos receberam capacitação na Rússia sobre a utilização de munições táticas especiais para mísseis Iskander-M, capazes de utilizar não só armas convencionais, mas também nucleares.

No mesmo mês, foi concluída a capacitação das forças bielorrussas para operar caças Su-25, equipados para transportar armas nucleares táticas.

O ministro da Defesa russo deixou claro que Moscou manterá o controle sobre as ogivas e a decisão sobre a sua eventual utilização.

“A Rússia não está transferindo armas nucleares para a República de Belarus: o controle sobre elas e a decisão de utilizá-las continua sendo da parte russa”, sublinhou em maio, em Minsk.

O chefe do Kremlin reiterou nesta sexta-feira que já afirmou em várias ocasiões que as armas nucleares só podem ser utilizadas pela Rússia se existir uma ameaça à integridade territorial, à independência, à soberania e à existência do Estado russo.

“As armas nucleares foram criadas para garantir a segurança e a existência do Estado russo. Mas não há necessidade” de recorrer a elas, alegou.

Resposta americana

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, classificou nesta sexta-feira como uma “provocação” o envio de armas nucleares táticas da Rússia para Belarus, mas pediu cautela e descartou uma resposta nuclear.

“Continuaremos a monitorar a situação de perto e com cautela. Não temos motivos para reajustar nossa política nuclear. Não há nenhuma indicação de que a Rússia esteja se preparando para usar armas”, disse o diplomata americano em entrevista coletiva.

“O presidente Joe Biden está comprometido com a defesa de cada centímetro do território da OTAN”, disse.

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