A Rússia estava pronta para colocar seu arsenal nuclear em estado de alerta para garantir a anexação da península da Crimeia no ano passado, disse neste domingo o presidente russo, Vladimir Putin, em documentário transmitido pela rede de TV estatal russa.
Putin disse também que começou a planejar a operação russa na Crimeia depois que o presidente ucraniano deposto, Viktor Yanukovich, deixou Kiev. “Nunca pensamos em separar a Crimeia da Ucrânia até o momento em que aqueles eventos tiveram início, a derrubada do governo”, disse Putin, reiterando que Yanukovich foi vítima de um golpe.
“Estávamos prontos para fazer isso”, disse Putin sobre colocar o arsenal nuclear em estado de alerta. “A Crimeia é nosso território histórico. Russos vivem lá e estavam em perigo. Não podíamos abandoná-los.”
Segundo o presidente russo, uma pesquisa de opinião mostrou que 75% da população da Crimeia desejava se juntar à Rússia. Ele não explicou, no entanto, como a pesquisa foi conduzida. A Rússia anexou a Crimeia em 19 de março de 2014.
Inicialmente, a Rússia negou que as tropas que tomaram o controle da península fossem do país, mas Putin admitiu mais tarde que os soldados eram russos. No documentário transmitido neste domingo, Putin disse que ordenou o ministério de Defesa a enviar agentes do serviço de inteligência, fuzileiros navais e tropas de paraquedistas à região, sob o pretexto de aumentar a segurança das instalações militares russas.
O presidente disse que o número de soldados russos na Crimeia nunca ultrapassou os 20 mil, que é o limite permitido pelo acordo que autoriza a Rússia a manter a base de sua Frota do Mar Negro na península.