O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (8) que a Rússia precisa fortalecer suas defesas no sul e trabalhar com seus aliados na Ásia Central para se proteger da violência de extremistas que emerge no Afeganistão.
Putin disse durante reunião de seu Conselho de Segurança que as forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "ainda não atingiram avanço significativo na luta contra terroristas e grupos radicais" no Afeganistão e que esses grupos tornaram-se mais ativos recentemente.
"Precisamos fortalecer nosso sistema de segurança na área estratégica do sul, incluindo seu componente militar", disse Putin, acrescentando que a Rússia terá que trabalhar com os países de duas alianças regionais, uma das quais inclui a China.
A Rússia, que apoiou a invasão liderada pelos EUA do Afeganistão em 2001, expressou preocupações de que as ameaças à sua segurança podem aumentar após a planejada retirada da maioria das forças de combate estrangeiras do Afeganistão até o final de 2014.
"Há toda razão para acreditar que, num futuro próximo, vamos enfrentar uma piora na situação. O terrorismo internacional e grupos radicais não escondem seus planos de exportar instabilidade", disse Putin.
Ele também disse que "forças internacionais não fizeram praticamente nada para pôr fim à produção de drogas no Afeganistão" e ignoraram as propostas russas, numa aparente referência aos seus pedidos de mais esforços para erradicar as plantações de papoula, usada na fabricação de heroína.
A Rússia é um dos maiores consumidores per capita de heroína do mundo, e o vício e as mortes causadas pelo consumo de drogas e Aids por uso compartilhado de agulhas contribuem para uma redução da população do país desde o colapso da União Soviética em 1991.