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O ditador russo, Vladimir Putin, aterrissou na Mongólia nesta segunda-feira (2) desafiando abertamente uma ordem de prisão que foi emitida contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) aos países que são signatários do Estatuto de Roma.
Essa foi a primeira viagem oficial de Putin a um país que aceita a jurisdição do TPI desde a emissão da ordem de prisão, fruto de um pedido feito pelo procurador-chefe do órgão, Karim Khan, que acusa o ditador russo de ter levado ilegalmente para seu país crianças ucranianas que viviam em territórios ocupados pelas forças russas no país vizinho.
Imagens divulgadas nesta terça-feira (3) por agências internacionais de notícias mostram Putin se encontrando com o presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khürelsükh, o que indica que o ditador russo já se encontra alojado no país, onde deve fazer diversas reuniões e conversar sobre acordos de cooperação.
"Estou muito satisfeito por estar na Mongólia, que é muito amigável com a gente”, teria dito Putin em um dos encontros com o presidente Khürelsükh, de acordo com a agência estatal russa TASS. "Por décadas, a Rússia e a Mongólia mantiveram relações muito próximas e amistosas", disse o ditador, acrescentando que "hoje, essas relações estão se desenvolvendo com sucesso”.
O movimento de Putin representa um claro desafio ao TPI, considerando que a Mongólia é um dos países que ratificou o Estatuto de Roma, que serve como base legal para a atuação do tribunal internacional.
Apesar do mandado de prisão, o Kremlin desde o começo demonstrou confiança de que Putin não seria detido durante sua visita à Mongólia. O porta-voz do regime russo, Dmitri Peskov, afirmou na sexta-feira (30) que a Rússia não estava preocupada com uma eventual prisão de Putin porque tinha um "diálogo com nossos amigos na Mongólia” e que “todos os aspectos da visita [de Putin] foram minuciosamente preparados”.
A Mongólia, que aderiu ao Estatuto de Roma em 2000 e ratificou sua adesão em 2002, é tecnicamente obrigada a cooperar com o TPI, o que incluiria a detenção de indivíduos procurados pelo tribunal, como é o caso do ditador russo.