A anistia geral que entrou em vigor nesta quinta-feira (19) na Rússia beneficia os 30 tripulantes do navio quebra-gelo Arctic Sunrise do Greenpeace, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, em liberdade sob fiança após passar dois meses em prisão preventiva, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin.
Durante sua entrevista coletiva anual, Putin esclareceu que a anistia não aconteceu especialmente para os ativistas do Greenpeace, mas afirmou que se eles se beneficiam dela, "tudo bem".
Ao mesmo tempo, o líder russo deixou claro que seu país não se propõe em absoluto suavizar as punições previstas por ações voltadas contra as empresas que trabalham na plataforma continental russa.
"Não temos intenção de suavizar nada. Ao contrário, reforçaremos", disse Putin, que deixou no entanto a porta aberta ao diálogo com os ecologistas e outras organizações "para corrigir nosso trabalho, apesar das despesas" que isso significa.
O presidente russo, por sua vez, criticou a ação dos ativistas do Arctic Sunrise e ressaltou que algumas ações ecológicas têm "objetivos desonestos, mais especificamente chantagem e extorsão das companhias".
"É inaceitável que as pessoas transformem (a defesa da natureza) em um instrumento de autopromoção e de fonte de renda", se queixou.
O Parlamento da Rússia aprovou ontem uma anistia geral por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa que se estende aos condenados e os acusados por vandalismo, por isso beneficia tanto as duas integrantes presas do grupo Pussy Riot como os ativistas do Greenpeace.
Os 30 tripulantes do Arctic Sunrise, em liberdade sob fiança após passar dois meses em prisão preventiva, não podem sair da a Rússia até a conclusão do processo judicial por tentar se acorrentar a uma plataforma petrolífera no Ártico russo.
Além da brasileira, os tripulantes do Arctic Sunrise são da Rússia, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
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