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O ditador russo, Vladimir Putin, abriu nesta quinta-feira (24) a reunião dos Brics, em Kazan, afirmando que o Oriente Médio está perto de uma "guerra em grande escala".
"As ações militares que eclodiram há um ano na Faixa de Gaza se espalharam para o Líbano, o nível de confronto entre Israel e o Irã também aumentou dramaticamente. Tudo isso lembra uma reação em cadeia e coloca o Oriente Médio à beira de uma guerra em grande escala", declarou Putin no início do encontro, ao lado do ditador chinês, Xi Jinping.
O chefe do Kremlin também aproveitou o momento para pedir uma "reparação da injustiça histórica" sofrida pelo povo palestino na região, o que ele considera "a garantia da paz" no Oriente Médio.
"A principal exigência para a restauração da paz e da estabilidade nos territórios palestinos é a fórmula de dois Estados aprovada pelas resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU", disse o ditador russo.
Putin afirmou ainda que, até que a questão do Estado palestino seja decidida, "o círculo vicioso da violência não pode ser quebrado: as pessoas continuarão a viver em uma atmosfera de crise permanente e inevitáveis surtos de violência em larga escala".
Depois de falar sobre a questão do Oriente Médio, o ditador de Moscou fez novas acusações contra a Ucrânia, dizendo que Kiev "está sendo usado para criar ameaças críticas à segurança da Rússia".
Putin também pediu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU para integrar países africanos, asiáticos e latino-americanos diante do secretário-geral da ONU, António Guterres, que também participa da reunião.
A reunião desta quinta-feira conta com a participação dos líderes dos países integrantes do Brics e de representantes de países que aspiram à adesão no grupo, incluindo o regime da Venezuela e a Bolívia.
Em uma declaração da 16ª cúpula do bloco, divulgada nesta quarta-feira (23), os Brics criticaram Israel pelas ofensivas na Faixa de Gaza e no Líbano, além de terem evitado comentar sobre a invasão russa à Ucrânia.