O governo Putin recorreu à Ásia e à América Latina para conseguir os produtos que a Rússia parou de comprar dos EUA e de países europeus| Foto: Alexander Zemlianichenko / Reuters

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (14) que seu país deve se recuperar, mas não ao ponto de entrar em confronto com o resto do mundo, em um tom mais conciliador após as sanções aos EUA e à União Europeia.

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Em discurso na Crimeia, região autônoma ucraniana anexada por Moscou em março, o líder russo afirmou que sua intenção não é fechar o país para o resto do mundo, mas que a Rússia deve dar demonstrações de sua força.

"Nossos parceiros precisam entender que a Rússia tem várias formas de garantir seus interesses, mas isso não é uma panaceia e não pretendemos, assim como algumas pessoas, ir pelo mundo apontando uma navalha. Porém, todos devem saber que nós também temos essas coisas no nosso arsenal."

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Para ele, muitos líderes europeus têm o desejo de acabar com as sanções com a Rússia. "Acho que eles querem sair dessa situação o mais rápido possível, porque isso prejudica nossa cooperação."

Europeus e norte-americanos aplicaram sanções contra a Rússia por considerarem que Moscou armou e incentivou separatistas que enfrentam o Exército ucraniano no leste do país vizinho. Os russos negam a acusação.

Em resposta, o Kremlin proibiu a importação de produtos agrícolas desses países, avaliadas em US$ 15 bilhões (R$ 34 bilhões). A partir da decisão, os russos recorreram à Ásia e à América Latina para conseguir os produtos.

Mais cedo, o Parlamento ucraniano aprovou mais sanções contra 172 cidadãos russos e 65 companhias acusadas de estarem envolvidas no financiamento e no apoio político dos separatistas do leste do país.

Ajuda humanitária

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Nesta quinta (14), a Cruz Vermelha conseguiu o primeiro contato com o comboio russo que pretende levar ajuda humanitária a Lugansk, no leste da Ucrânia, onde milhares de pessoas enfrentam a falta de suprimentos devido ao bloqueio de Kiev.

A região é alvo de combates entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia, que já deixaram mais de 2 mil mortos, segundo a ONU. A cidade está cercada pelas tropas ucranianas há três semanas, sem energia elétrica, água ou comida.

Mais cedo, foi definido que a ajuda entraria pela região de Lugansk, cuja fronteira com Rússia foi retomada pelo governo ucraniano. A Cruz Vermelha pediu informações sobre o conteúdo da ajuda, que Kiev afirma encobrir uma invasão.

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