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Em declarações divulgadas pelo Kremlin nesta quinta-feira (28), o ditador da Rússia, Vladimir Putin, negou que seu país tenha intenção de atacar países da OTAN, mas afirmou que Moscou pode atacar caças F-16 em bases da aliança militar caso o objetivo seja usá-los contra os russos na guerra da Ucrânia.
“Não temos intenções agressivas em relação a estes Estados”, disse Putin. “A ideia de que atacaremos outro país - a Polônia, os Estados bálticos, e os tchecos também estão com medo - é um completo disparate. É apenas uma baboseira.”
O ditador russo, porém, disse que a situação muda de figura se F-16s forem alocados em bases aéreas da OTAN para que a Ucrânia os utilize contra a Rússia.
Em fevereiro, o ministro da Defesa da Lituânia, Arvydas Anusauskas, e um funcionário da União Europeia cujo nome não foi divulgado afirmaram à revista americana Foreign Policy que a Ucrânia deve receber em junho seus primeiros caças F-16, de fabricação americana e uma reivindicação de Kiev desde o início da guerra.
Dias depois, uma porta-voz da Guarda Nacional do Arizona informou à CNN que os primeiros pilotos ucranianos devem completar o treinamento para utilizar essas aeronaves de combate entre maio e agosto.
“Se eles fornecerem F-16s [à Ucrânia], e eles estão falando sobre isso e aparentemente treinando pilotos, isso não mudará a situação no campo de batalha”, disse Putin.
“Destruiremos as aeronaves assim como destruímos hoje tanques, veículos blindados e outros equipamentos, incluindo vários lançadores de foguetes”, acrescentou, antes de fazer uma ressalva: “É claro que, se forem usados a partir de bases aéreas de países terceiros, eles se tornarão para nós alvos legítimos, onde quer que estejam localizados”.
Em fevereiro, depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu que a OTAN poderia enviar tropas para lutar na Ucrânia, Putin fez ameaças de ataque nuclear contra o Ocidente.