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Eleições em março

Putin é oficialmente registrado como candidato ao sexto mandato presidencial na Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concorrerá pela sexta vez à presidência do país (Foto: EFE/EPA/VALERIY SHARIFULIN/SPUTNIK/KREMLIN)

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Após anunciar em dezembro que tentaria a reeleição à chefia do Kremlin em 2024, Vladimir Putin foi oficialmente registrado como candidato para as eleições presidenciais de 15 e 17 de março na Rússia, segundo informações da agência de notícias Interfax, citando a Comissão Eleitoral Central.

Caso eleito ao novo mandato, o atual mandatário russo se manterá por mais seis anos na administração federal do país e poderá se tornar o governante mais antigo da Rússia desde o século XVIII.

Os opositores à atual gestão, incluindo o candidato anti-guerra Boris Nadezhdin, têm até quarta-feira (31) para reunir o número necessário de assinaturas para a candidatura nas eleições, apesar da vitória de Putin ser praticamente garantida, já que o controle do sistema político está em suas mãos.

As leis eleitorais russas obrigam os candidatos nomeados por um partido que não esteja representado na câmara nacional ou em pelo menos um terço das cúpulas regionais a apresentar pelo menos 100 mil assinaturas de 40, ou mais regiões diferentes. A candidatura independente também é permitida, no entanto são necessárias 300 mil assinaturas de 40 ou mais regiões diferentes.

Desde o início da invasão à Ucrânia, o chefe do Kremlin intensificou seus ataques para eliminar a oposição ao seu governo. Atualmente, o principal ativista político crítico de Putin, Alexei Navalny, cumpre uma pena de prisão de quase 30 anos no Ártico por "extremismo" e outros crimes contra as lideranças de seu país.

Em dezembro, a ex-jornalista de TV e pré-candidata independente Yekaterina Duntsova, contrária à guerra na Ucrânia, teve seu nome barrado pela Comissão Eleitoral Central da Rússia. A justificativa oficial foi que seu formulário de inscrição para participar da disputa apresentava erros.

“Você é uma mulher jovem, tem toda a vida pela frente. Qualquer coisa negativa sempre pode ser transformada em algo positivo. Qualquer experiência ainda é uma experiência”, disse a chefe da Comissão Eleitoral Central da Rússia, Ella Pamfilova, após a decisão.

Outros pré-candidatos também foram vetados, como a oposicionista Yulia Galyamina, devido a uma condenação em dezembro de 2020 por realização de protestos que teriam desrespeitado a legislação russa.

Essas medidas tomadas por Putin e seus apoiadores já fazem o atual mandatário cantar vitória no próximo pleito: em agosto do ano passado, o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, declarou que “teoricamente” a eleição presidencial de 2024 poderia nem ser realizada, dado o favoritismo do atual presidente. “Nossa eleição presidencial não é realmente uma democracia, é uma burocracia cara […]. O senhor Putin será reeleito no ano que vem com mais de 90% dos votos”, afirmou o porta-voz, na ocasião.

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