O ditador russo, Vladimir Putin, elogiou nesta sexta-feira (22) o desenvolvimento de seu novo míssil balístico hipersônico Oreshnik, utilizado nesta quinta-feira (21) em um ataque contra uma fábrica de armas na região de Dnipro, na Ucrânia.
O elogio foi feito durante uma reunião com a cúpula militar do Kremlin, onde Putin também anunciou a produção em larga escala do armamento, que ele descreveu como uma inovação do trabalho da indústria militar da Rússia pós-soviética.
“O sistema Oreshnik não é uma arma estratégica, em qualquer caso, não é um míssil balístico intercontinental, não é uma arma de destruição em massa, até porque é de alta precisão”, afirmou Putin. Apesar disso, ele destacou que, quando usado em conjunto com outros sistemas de longo alcance, o efeito desse armamento pode ser comparável ao de armas estratégicas.
O chefe do Kremlin agradeceu especificamente aos criadores do novo míssil e garantiu que eles receberão prêmios estatais. Além disso, reiterou que “ninguém no mundo” possui um sistema como o Oreshnik, capaz de contornar qualquer escudo antimíssil.
“Sim, mais cedo ou mais tarde outras potências também o terão [...] Mas isso será amanhã, ou daqui a um ou dois anos, e nós temos agora e isso é o importante”, assegurou.
Putin ainda usou a ocasião para criticar os Estados Unidos, alegando que a retirada americana do tratado de eliminação de mísseis de curto e médio alcance em 2019 foi um “erro”.
Produção em série
Durante a reunião, Putin assegurou que a Rússia possui reservas suficientes do Oreshnik e que novos testes serão realizados, inclusive em “condições de combate”.
“Continuaremos com estes testes, inclusive em condições de combate. Tudo dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança que são criadas para a Rússia”, disse, para em seguida salientar que a Rússia tem “reservas suficientes” desses mísseis. “Depois dos resultados destes testes, terá início também a produção em série. Ou seja, estamos desenvolvendo toda uma gama de sistemas de médio e curto alcance”, indicou o ditador russo.
O comandante das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia, Sergei Karakayev, afirmou que o Oreshnik é capaz de atingir qualquer ponto na Europa, diferenciando-o de outros armamentos de longo alcance já conhecidos.